Dados um ponto P(xp,yp) e uma reta r de equação ax + by + c = 0 deseja-se calcular a distânia entre essa reta e o ponto dado. Para isso traçamos um segmento perpendicular a reta r passando por P.
Note que traçando uma reta vertical em xp, esta intersecta r em P(xp,yq). Até o momento são conhecidas as coordenadas xp, yp e a equação da reta r ax + by + c = 0. Visto que, o ponto Q faz parte da reta r podemos escrever a equação da reta da seguinte forma:
ax + by + c = 0
a(xp) + b(yq) + c = 0
b(yq) = – a(xp) – c
yq | = |
|
Vamos guardar essa informação.
Note que se formaram dois triângulos retângulos. Da equação reta conhecemos o coefiente angular, portanto podemos trabalhar como o ângulo α formado pela reta e o eixo das abscissas. Pelas propriedades dos triângulos sabemos que o ângulo α reaparece no triângulo superior.
Da trigonometria tem-se que:
cos α | = |
|
A equação da reta já nos fornece o coeficiente angular.
ax + by + c = 0
by = -ax – c
y = (-a/b) x – c/b
(-a/b) é o coeficiente angular da reta r. Esse mesmo coeficiente pode ser encontrado fazendo-se:
tg α | = | – |
|
1 + (tg α)² | = |
|
² | + 1 |
1 + (tg α)² | = |
|
² | + 1 |
(sec α)² | = |
|
+ | 1 |
|
= |
|
(cos α)² | = |
|
cos α | = | √ |
|
Já vimos que:
cos α | = |
|
d(P,r) = |yp – yq|.cos α.
d(P,r) | = | |yp – |
|
| | . |
|
d(P,r) | = | |yp + |
|
| | . |
|
d(P,r) | = |
|
Dados um ponto C fixo e um número real r positivo, a circunferência de centro em C e raio r, é o conjunto de todos os pontos equidistantes de C, ou ainda, o conjunto de todos os pontos cuja distancia d(CB) = r.
Na circunferência podemos observar alguns elementos fundamentais, são eles: raio, diâmetro e corda.
– Raio é a distância de qualquer ponto pertencente à circunferência até o seu centro. Ex: Figura A: segmento CB.
– Diâmetro é uma corda que passa pelo centro da circunferência. Ex: Figura B: segmento AB.
– Corda é um segmento de reta que une dois pontos de uma circunferência. Ex: Figura B: segmento CD.
Na figura acima é dada uma circunferência de centro no ponto Q(a,b) e raio r. O ponto P(x,y) genérico pertence à circunferência se, e somente se: d(Q,P) = r. Da fórmula da distância entre pontos tem-se:
dQP = √(x – a)² + (y – b)²
√(x – a)² + (y – b)² = r
Esta é a equação reduzida da circunferência, em que:
– a e b são as coordenadas do centro da circunferência;
– r é o raio da circunferência;
– x e y são as coordenadas do ponto genérico P.
Vamos desenvolver a fórmula abaixo:
(x – a)² + (y – b)² = r²
x² – 2ax + a² + y² – 2by + b² = r²
x² + y² – 2ax – 2by + a² + b² – r² = 0
Fazendo:
A = -2a
B = -2b
C = a² + b² – r²
Tem-se:
Você deve se lembrar do desenho abaixo quando iniciou no estudo da matemática.
Começando pelos números naturais(N), em seguida pelos números inteiros(Z), depois pelos números reais(R) (junção dos números racionais(Q) e irracionais(I)) e por último o conjunto dos números complexos(C). Através da figura percebemos que o conjunto dos números reais é um subconjunto dos números complexos.
Até a descoberta dos números complexos tudo o que se tinha era o conjunto dos números reais. Alguns resultados de cálculos começaram a incomodar os matemáticos. Alguns destes resultados apareciam como √-1. É de conhecimento daqueles que se familiarizam com a matématica, que não existe raiz de número negativo no conjunto dos números reais. Na busca pela solução da √-1 criou-se, então, um número cujo quadrado é -1. Esse número foi representado pela letra i e nomeado de unidade imaginária.
Com esta descoberta é possível resolver equações onde o Δ é negativo. Vamos resolver a equação x2 + 2x + 5 = 0.
Por delta e Bháskara temos:
Δ = b2 – 4*a*c
Δ = 22 – 4*1*5
Δ = -16
x = |
|
x = |
|
x = |
|
x = |
|
x = |
|
No final ficamos com duas raízes:
x’ = -1 + 2√-1 , x” = -1 – 2√-1
Visto que i = √-1 as raízes da equação ficarão assim:
x’ = -1 + 2i , x” = -1 – 2i
Considere o par ordenado genérico (x,y), onde x ∈ R e y ∈ R. São válidas as definições abaixo:
Todo par ordenado da forma (x,0) pode ser representado pelo número real x, ou seja, x = (x,0).
O que chamou a atenção dos matemáticos é a multiplicação do par ordenado (0,1) por ele mesmo, ou seja, (0,1) * (0,1).
(0,1) * (0,1) = (- 1 , 0)
Do exposto acima podemos concluir que (-1,0) = -1. Logo, foi encontrado um elemento que multiplicado por ele mesmo resulta em -1.
Então, podemos dizer que o conjunto dos números complexos, que representamos pela letra C, é o conjunto dos pares ordenados de números reais que segue a seguinte lei.
Z ∈ C ⇔ Z = (x,y), sendo que x ∈ R e y ∈ R
Veja como se obtem um número complexo Z = (x,y).
Z = (x,y) = (x,0) + (y,0)
= (x,0) + (y * 0 – 0 * 1 , y * 1 + 0 * 0)
= (x,0) + (y,0) * (0,1)
Visto que (x,0) = x e (y,0) = y e (0,1) = i
podemos escrever (x,y) = x + yi ou Z = x + yi
Esta é a forma algébrica de um número complexo. Z é o número complexo, a é chamada de parte real de Z ou Re(Z), b é chamada de parte imaginária de Z ou Im(Z). Lembrando que a e b ∈ R.
Z = a + 0i = a
Quando a parte imaginária de Z é nula, o número é real.Z = 0 + bi = bi
Quando a parte real de Z é nula, o número é dito imaginário puro.
Exemplos:
Determine o valor de k para que o número complexo z = (k – 2) + 9i seja imaginário puro.
Um número imaginário puro é do tipo z = 0 + bi. Logo, se k – 2 for igual a zero teremos um número imaginário puro. Então, para que z = (k – 2) + 9i seja um imaginário puro, k deve ser igual a 2.
Determine os valores de m para que o número complexo z = 4 + (m² – 25)i seja um número real.
Um número real é do tipo z = a + 0i. Então, se m² – 25 for igual a zero obteremos um número real. Logo, m deverá ser 5 ou -5.
Este é um número complexo → | z = a + bi |
Este é o seu conjugado → | z = a – bi |
Note que a parte real de dois números complexos conjugados é igual e a parte imaginária é simétrica.
Sendo z1 = 4 + 5i. Encontre z1 + z1.
O conjugado de z1 = 4 + 5i é z1 = 4 – 5i. Então:
z1 + z1 = (4 + 5i) + (4 – 5i) = (8 + 0i) = 8
Note que a soma de um número complexo com o seu conjugado resulta em um número real.
Dados dois números complexos genéricos z1 = a + bi e z2 = c + di.
A soma z1 + z2 = (a + bi) + (c + di) = (a + c) + (b + d)i.
A diferença z1 – z2 = (a + bi) – (c + di) = (a – c) + (b – d)i.
Dados os números complexos z1 = 3 + 4i, z2 = 2 – i e z3 = -1 + 5i, determine z1 + z2 + z3.
z1 + z2 + z3
(3 + 4i) + (2 – i) + (-1 + 5i) = (5 + 3i) + (-1 + 5i) = (4 + 8i)
Sejam os números complexos z1 = (2x + 1) + yi e z2 = -y + 2i. Determine x e y de modo que z1 + z2 = 0.
z1 + z2 = 0
(((2x + 1) + yi) + (-y + 2i)) = 0
Devemos somar parte real com parte real e parte imaginária com parte imaginária.
(2x + 1 -y) + (y + 2)i = 0
2x – y + 1 = 0
y + 2 = 0 ⇒ y = -2
2x – (-2) + 1 = 0 ⇒ 2x + 3 = 0 ⇒ x = -3/2
Dados dois números complexos genéricos z1 = a + bi e z2 = c + di.
A multiplicação z1 * z2 = (a + bi) * (c + di) = (ac – bd) + (ad + bc)i.
(a + bi) * (c + di) = ac + adi + bci + bdi²
ac + (ad + bc)i – bd, pois i² = -1
ac – bd + (ad + bc)i
Calcule:
a) (5 + i)(2 – i)
b) (3 + 4i)²
a) Vamos utilizar a propriedade distributiva.
(5 + i)(2 – i)
10 – 5i + 2i – i²
10 – 3i + 1
11 – 3i
b) (3 + 4i)²
Dos produtos notáveis sabemos que (a + b)² = a² + 2ab + b². Então:
(3 + 4i)² = 3² + 2*3*4i + (4i)²
9 + 24i + 16i²
9 + 24i – 16
-7 + 24i
Determine x e y de modo que (4 + i)(x – 2i) = y + 1/2i.
(4 + i)(x – 2i) = y + 1/2i
4x – 8i + xi – 2i² = y + 1/2i
4x – 8i + xi + 2 = y + 1/2i
4x + 2 + (x – 8)i = y + 1/2i
A partir daqui caimos numa igualdade de números complexos.
|
Da segunda equação temos:
x – 8 = 1/2 ⇒ x = 1/2 + 8 = 17/2
Agora substituimos x na primeira equação.
4x + 2 = y
4(17/2) + 2 = y
34 + 2 = y
y = 36
S = {17/2, 36}
Sejam dois números complexos z1 = a + bi e z2 = c + di, a divisão de z1 por z2 segue o esquema abaixo.
|
Lembre-se que multiplicar numerador e denominador pelo conjugado do denominador não altera o resultado da fração.
Calcule:
a) |
|
b) |
|
a) |
|
|
|
|
|
b) |
|
|
|
1 – i
Do conjunto dos números reais temos que dado um número real a e n um inteiro positivo, a expressão an representa o produto de n fatores, todos iguais a a, ou seja:
Na expressão acima an, o número real a é chamado de base e n é chamado de expoente.
No conjunto dos números complexos não é diferente. Veja abaixo algumas potências de i:
i0 = 1
i¹ = i
i² = – 1
i³ = i² * i = (-1) * i = -i
Continuando o processo veja o que acontece.
i4 = i³ * i = (-i) * i = -i² = 1
i5 = i4 * i = 1 * i = i
i6 = i5 * i = i * i = i² = -1
i7 = i6 * i = -1 * i = -i
Note que os resultados repetem-se de 4 em 4.
Então, para calcular potências de i, basta dividir o expoente n, lembrando que n deve ser inteiro e positivo, por 4:
• Se o resto for 0, in = 1
• Se o resto for 1, in = i
• Se o resto for 2, in = -1
• Se o resto for 3, in = -i
Veja o motivo:
n | 4 |
r | q |
n = 4q + r (0 ≤ r ≤ 3)
in = i4q + r
in = i4q * ir
in = (i4)q * ir
in = 1q * ir
in = 1 * ir
in = ir
Ache o valor de i123 + i180.
Dividimos 123 e 180 por 4 e verificamos o valor do resto.
123 | 4 |
3 | 30 |
180 | 4 |
0 | 45 |
portanto, i123 = i³ = -i e i180 = i0 = 1. Logo:
i123 + i180 = i³ + i0 = -i + 1 = 1 – i.