Livro de Matemática

Sumário

Dispositivo de Briot-Ruffini

O processo de divisão de polinômios pelo método da chave se torna exaustivo dependendo do tipo de polinômio que se deseja dividir.
Com o objetivo de facilitar esse processo de divisão criou-se o dispositivo de Briot-Ruffini. Vamos resolver um exemplo para confirmarmos a sua simplicidade.
Desejamos obter o quociente Q(x) e o resto R(x) da divisão de P(x) = 3x³ – 5x² + x – 2 por x – 2.

2 3 -5 1 -2
  3(2) – 5 1(2) + 1 3(2) – 2
  3 1 3 4

Acompanhe o roteiro a ser seguido para a resolução desse problema.

1º) O local onde se encontra o número 2 é aonde deverá ficar a raiz do divisor.

2º) Os coeficientes do polinômio deverão ficar à direita. Note que, se o polinômio P(x) não possuísse o termo em x², o coeficiente desse termo deveria
ser informado como zero.

3º) Abaixamos o primeiro coeficiente do dividendo, nesse caso o número 3.

4º) Multiplicamos o número 3 pela raiz do divisor (2) e somamos com o próximo coeficiente (-5), colocando o resultado abaixo deste.

5º) Obtivemos 1. Agora repetimos o processo. Multiplicamos 1 pela raiz do divisor (2) e somamos ao próximo coeficiente (1), colocando o resultado abaixo deste.

6º) Obtivemos 3. Repetimos o processo novamente. Multiplicamos 3 pela raiz do divisor (2) e somamos ao próximo coeficiente (-2), colocando o resultado abaixo deste.

7º) Obtivemos 4. Visto que, não temos mais coeficientes do dividendo, a operação se encerra aqui.

O último número obtido é o resto da divisão. Os demais números são os coeficientes do quociente. Logo, na divisão de P(x) = 3x³ – 5x² + x – 2 por x – 2, encontramos Q(x) = 3x² + x + 3 e resto R(x) = 4.
O dispositivo de Briot-Ruffini só funciona para divisões onde o divisor é do tipo (ax + b).

Exemplo 1

Determine o quociente e o resto da divisão de P(x) = x6 – x4 por x – 1.


1    
1 1
0 1(1) + 0 1
-1 1(1) – 1 0
0 0(1) + 0 0
0 0(1) + 0 0
0 0(1) + 0 0
0 0(1) + 0 0

O último algarismo é sempre o resto da divisão. Logo, obtivemos Q(x) = x5 + x4 e resto R(x) = 0.

Observação

Note que o polinômio P(x) possui coeficientes nulos, o seja, P(x) pode ser escrito como P(x) = x6 + 0x5 – x4 + 0x³ + 0x² + 0x + 0.

Exemplo 2

Dividindo-se o polinômio P(x) = -3x4 + 2x³ + ax² – 5x + b por x + 1 obtém-se resto igual a 2. O quociente dessa divisão é, então, dividido por x – 2 e obtém-se resto igual a -8. Qual é o valor das constantes a e b?


-1 -3 2 a -5 b
  -3(-1) + 2 5(-1) + a (-5 + a)(-1) – 5 -a(-1) + b
  -3 5 -5 + a -a 2

Daqui retiramos a informação de que a + b = 2.

Agora, dividimos o quociente por x – 2.

2 -3 5 -5 + a -a
  -3(2) + 5 -1(2) + a (-7 + a)(2) – a
  -3 -1 -7 + a -8

Dessa divisão retiramos a informação de que (-7 + a)(2) – a = -8 → -14 + 2a – a = -8 → a = 6.
Substituindo o valor de a em a + b = 2, obtemos 6 + b = 2 → b = -4.

Portanto, a = 6 e b = -4.

Quando um polinômio é um cubo perfeito

Um polinômio é considerado um cubo perfeito se for da forma (ax + b)³, onde a e b são constantes reais ou complexas. Isso é conhecido como a fórmula do cubo perfeito.

Para verificar se um polinômio é um cubo perfeito, você pode expandi-lo usando a fórmula de cubo perfeito e verificar se ele se simplifica para a forma (ax + b)³. A expansão de (ax + b)³ é dada por:

(ax + b)³ = a³x³ + 3a²bx² + 3ab²x + b³

Portanto, se o polinômio dado tiver a forma acima, ele é um cubo perfeito.

Exercícios Polinômios

Exercícios de introdução para fixar o conceito teórico.
  1. (UNIFOR-CE) Se os polinômios A(x) = x³ + (a – b)x² + (a – b – 2)x + 4 e B(x) = x³ + 2ax² + (3a – b) são idênticos, então encontre os valores de a e b.

    Resposta: a = 1 e b = -1
  2. (UFMG) Seja P(x) = ax² + bx + c um polinômio de 2º grau em x.

    a) Calcule P(x + 1).
    b) Calcule P(x – 1).
    c) Determine P(x), sabendo que P(x) + x²P(x + 1) – P(x – 1) = 2x4 + 7x³ + 4x² + 4x + 1.

    Resposta:
    a)ax² + (2a + b)x + a + b + c
    b) ax² + (b – 2a)x + a – b + c
    c) 2x² + 3x – 1
  3. (UFMG) Sejam A e B números reais que satisfaçam a igualdade:

    1
    (x + 2)(2x + 1)
    =
    A
    x + 2
    +
    B
    2x + 1

    Para todo valor de x que não anula nenhum dos denominadores. Encontre o resultado da soma A + B.

    Resposta: 1/3
  4. (FEI-SP) Ache p e k tais que ax² + bx + c = a((x + p)² + k).

    Resposta: p = b / 2a e k = (4ac – b²)/(4a²)
  5. (FEI-SP) Um polinômio P(x) é divisível por x + 1 e dividido por x² + 1 dá quociente x² – 4 e resto R(x). Se R(2) = 9. Determine P(x).

    Resposta: P(x) = x4 – 3x² + x + 3
  6. (UFMG) Encontre os valores de A, B e C, para os quais

    1
    x(x² + 1)
    =
    A
    x
    +
    B
    x + 1
    +
    C
    x – 1

    onde todo x ∈ ℝ – {-1, 0, 1}.

    Resposta: A = -1, B = 1/2 e C = 1/2

Polinômio de 2º Grau

Função quadrática

Um polinômio de segundo grau tem a seguinte estrutura ax² + bx + c. No ensino médio esse polinômio recebe uma atenção especial no estudo de funções. Nesse campo ele recebe o nome de função quadrática, ou f(x) = ax² + bx + c.
Observe o gráfico das duas funções abaixo:

Função quadrática
Figura: Gráfico da função x² – 2x – 3
f(x) = x² -2x – 3
Pontos Importantes
a b c xv yv concavidade
1 -2 -3 1 -4 para cima
Função quadrática
Figura: Gráfico da função – x² + 2x + 3
f(x) = – x² + 2x + 3
Pontos Importantes
a b c xv yv concavidade
-1 2 3 1 4 para baixo

Nos gráficos acima alguns pontos merecem atenção. Note, por exemplo, os pontos (-1,0) e (3,0). Esses pontos determinam as raízes ou zeros da função, ou seja, são os pontos onde a função se anula. Em pontos como estes, a curva do gráfico sempre “corta” o eixo das abscissas. Os pontos (1,-4) e (1,4) são as coordenadas do vértice da curva. No gráfico da função f(x) = x² -2x – 3 o ponto (1,-4) representa o vértice dessa curva, note que aí tem-se um ponto de mínimo. O número 1 é chamado de x do vértice e o número -4 de y do vértice.

É importante notar também o comportamento da curva do gráfico nas duas funções. Na função f(x) = x² -2x – 3 a curva é uma parábola com a concavidade voltada para cima, visto que o valor do coeficiente a é positivo. Já no gráfico da função f(x) = – x² + 2x + 3 o coeficiente -1, menor que zero, gera uma parábola com a concavidade para baixo.

Raízes ou zeros da função quadrática

Para encontrar as raízes de um polinômio do 2º grau utilizamos a fórmula de Baskara.

x =
– b ± √Δ
2a

Por meio dessa fórmula é possível encontrar duas raízes que chamaremos de x’ e x”. No entanto, o aspecto da curva e os valores das raízes podem sofrer alterações dependendo do valor do discriminante (Δ).

Δ > 0

Nesse caso a função tem duas raízes reais e distintas.

Raízes genéricas da função quadrática
Figura: Raízes genéricas da função quadrática

Raízes genéricas da função quadrática
Figura: Raízes genéricas da função quadrática

Δ = 0

Nesse caso a função tem duas raízes reais e iguais.

Raízes genéricas da função quadrática
Figura: Raízes genéricas da função quadrática

Raízes genéricas da função quadrática
Figura: Raízes genéricas da função quadrática

Δ < 0

Nesse caso a função não possui raízes reais.

Raízes genéricas da função quadrática
Figura: Raízes genéricas da função quadrática

Raízes genéricas da função quadrática
Figura: Raízes genéricas da função quadrática

Limites

O que você vai estudar:
  1. Definição
  2. Propriedades dos limites
  3. Limites laterais
  4. Indeterminações
  5. Assíntotas
  6. Limites infinitos
  7. Continuidade
  8. Limites fundamentais

Definição de limite

Para entendermos o conceito de limite vamos observar o comportamento de algumas sequências numéricas:

1) Sequência dos números primos:

2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 61, 67, 71, …

Note que conforme avançamos na sequência, sempre haverá um novo número primo, ou seja, existem infinitos números primos. Então, se considerarmos L o limite da sequência, podemos dizer que L tende a infinito. O mesmo é válido para a sequência de números pares (2,4,6,8,…) ou ímpares (1,3,5,7,…).

2) Sequência de números racionais:

1 , 2 , 3 , 4 ,…
2 3 4 5

Neste caso os valores do numerador e denominador estão crescendo indefinidamente, porém a razão entre eles está se aproximando de 1. Portanto, o limite desta sequência está tendendo a 1.

Assim como dissemos anteriormente, que L tendia a certo valor, podemos dizer também que uma função f(x) tende a certo limite L ao passo que x se aproxima de um determinado valor a, ou seja, dizemos que o limite de f(x) é L, quando x tende a a, se os valores de f(x) ficam cada vez mais próximos de L quando os valores de x ficam cada vez mais próximos de a. E representamos isso algebricamente como:

lim f(x) = L
x→a

Vamos ver um exemplo.

Exemplo

Seja a função f(x) = x2 – 4x + 3. Calcule o limite da função nos seguintes casos:
a) Quando x tende a zero (x → 0).
b) Quando x tende a 2 (x → 2).
c) Quando x tende a 3 (x → 3).
d) Quando x tende a infinito (x → ∞).
e) Quando x tende a menos infinito (x → -∞).


Antes de começarmos vamos fazer uma breve análise da função. A função dada é um polinômio do segundo grau. Veja o esboço do gráfico desta função.

gráfico da função do segundo grau.

A função não é restrita, logo seu domínio é o conjunto dos números reais. Já o conjunto imagem é dado por

y ∈ ℝ | y ≥
Δ .
4a
a) lim (x2 – 4x + 3) = 3
x→0

Para encontrarmos o valor do limite para funções que não geram indeterminações apenas substituimos a variável x pelo valor para o qual x se aproxima. Neste caso como x se aproxima de zero, substituimos a variável x por zero. Logo, 02 – 4*(0) + 3 = 3. Portanto, o limite procurado é 3. Então, quando x se aproxima de 0 tanto pela direita quanto pela esquerda, f(x) se aproxima de 3.

b) lim (x2 – 4x + 3) = -1
x→2

(2)2 – 4(2) + 3 = -1

c) lim (x2 – 4x + 3) = 0
x→3

Veja que 3 é uma das raizes da função. Neste ponto f(x) vale zero. É razoável pensar que quando x se aproxima de 3, f(x) se aproximará de zero.

d) lim (x2 – 4x + 3) = ∞
x→∞

Veja no gráfico abaixo que a medida que x cresce indefinidamente, f(x) também cresce indefinidamente. Logo, o limite procurado é ∞.

gráfico da função do segundo grau.
e) lim (x2 – 4x + 3) = ∞
x→-∞

É fácil perceber pelo gráfico que a medida que x avança pelo lado negativo, f(x) cresce indefinidamente. Desta forma, o limite de f(x) quando x tende a -∞ é ∞.

Definição formal de limite

Seja f(x) definida num intervalo k, contendo a, exceto possivelmente no próprio a. Dizemos que o limite de f(x) quando x aproxima-se de a é L, ou seja, escolhendo-se um ε>0, deverá existir um δ>0, tal que |f(x) – L|<ε sempre que 0 <|x – a|<δ.

Exemplo

Dada a função f(x) = 7x + 5, mostre que

lim (7x + 5) = 19
x→2

usando a definição.


Pela definição de limite devemos ter satisfeitas as seguintes inequações |f(x) – L|<ε e 0 <|x – a|<δ.
Então, temos que:

|7x + 5 – 19|<ε e 0 <|x – 2|<δ

|7x -14|<ε

|7(x – 2)|<ε

7|x – 2|<ε

|x – 2| < ε
7
ε é o δ procurado.
7
ε < x – 2 < ε
7 7
2 – ε < x < 2 + ε
7 7

Estamos então diante do intervalo de x. Logo, x deverá estar no intervalo

2 – ε , 2 + ε
7 7

Propriedades dos limites

O uso da definição de limite muitas vezes torna o processo do cálculo bastante trabalhoso. Seguem abaixo as principais propriedades de limites:

a)
lim c = c
x → a
b)
lim x = a
x → a
c)
lim c * f(x) = c * lim f(x)
x → a x → a
d)
lim [f(x) ± g(x)] = lim f(x) ± lim g(x)
x → a x → a x → a
e)
lim [f(x) * g(x)] = lim f(x) * lim g(x)
x → a x → a x → a
f)
lim
x → a
f(x)
g(x)
=
lim f(x)
x → a
lim g(x)
x → a
g)
lim [f(x)]n =[ lim f(x)]n
x → a x → a
h)
lim [ln(f(x))] = ln[ lim f(x)]
x → a x → a
i)
lim n√(f(x) = n lim f(x)
x → a x → a
j)
lim [cos(f(x))] = cos[ lim f(x)]
x → a x → a
l)
lim [sen(f(x))] = sen[ lim f(x)]
x → a x → a
m)
lim
x → a
ef(x) = e  

lim f(x)
x → a

 

Limites laterais

Já conhecemos a definição:

lim f(x) = L
x→a

Mas o que isso quer dizer? Para que um limite exista é necessário que os limites laterais existam e sejam iguais.
Suponhamos que o limite de f(x) quando x tende ao valor a pela esquerda seja L1.

lim f(x) = L1
x→a

Agora suponhamos que o limite de f(x) quando x tende ao valor a pela direita seja L2.

lim f(x) = L2
x→a+

Se L1 e L2 são números reais e iguais, ou seja, L1 = L2, então o limite de f(x) quando x tende ao valor a existe. Porém, se os valores dos limites laterais forem diferentes o limite não existe.

Vamos ver um exemplo. Seja a função f(x) representada pelo gráfico abaixo:

Limites laterais

Note que os pontos (1,2) e (3,2) foram retirados ficando um buraco. Porém a função está definida nestes pontos, já que f(1) = 1 e f(3) = 3. Veja que o limite f(x) quando x tende a 1 pela esquerda ou pela direita vale 2.

lim f(x) = lim f(x) = 2
x→1 x→1+

Por outro lado veja o que acontece quando x tende a 3.

lim f(x) = ∄
x→3

Pelo gráfico é possível notar que:

lim f(x) lim f(x)
x→3 x→3+

Indeterminações

Estamos cientes de que dependendo da situação:

lim f(x) = f(a)
x→a

Porém, nem sempre obtemos um valor aceitável quando realizamos a substituição de x por a. Pode ocorrer de nos depararmos com valores indeterminados, que, nesse contexto, são os seguintes:

0
0
; 0•(±∞) ;
±∞
±∞
; ∞ – ∞

00; 1 e ∞0

Para encontrarmos de forma correta o limite procurado será necessário o uso de simplificações ou algebrismos para eliminarmos a indeterminação.

Nota:

Esboçar o gráfico da função ajuda bastante na interpretação do limite procurado.

Exemplo 1

Encontre o limite das funções abaixo:

a) lim
x² – 4
x – 2
x→2
b) lim
√(x + 2) – √2
x
x→0
c) lim
x³ – 4x² – 7x + 10
x² + 2x – 3
x→1
d) lim
(x + 2)² – 4
x
x→0

a) lim
x² – 4
x – 2
x→2
lim
2² – 4
2 – 2
=
0
0
x→2

Nos deparamos com uma indeterminação. Para eliminarmos este problema vamos analisar a função racional. O denominador e o numerador são dois polinômios. Usando o método da fatoração chegamos ao seguinte resultado:

lim
x² – 4
x – 2
=
(x + 2)(x – 2)
x – 2
x→2

O que resulta em:

lim x + 2 = 4
x→2

b) lim
√(x + 2) – √2
x
x→0
lim
√(0 + 2) – √2
0
x→0
lim
√2 – √2
0
=
0
0
x→0

Para levantarmos a indeterminação vamos multiplicar numerador e denominador por √(x + 2) + √2, ou conjugado, obtendo:

√(x + 2) – √2 √(x + 2) + √2
x √(x + 2) + √2
x + 2 – 2 = x
x(√(x + 2) + √2) x(√(x + 2) + √2)
1
√(x + 2) + √2

Agora calculamos o limite

lim
1
√(x + 2) + √2
x→0
lim
1
√(0 + 2) + √2
=
1
2 √2
=
√2
4
x→0

c) lim
x³ – 4x² – 7x + 10
x² + 2x – 3
x→1
lim
(1)³ – 4(1)² – 7(1) + 10
(1)² + 2(1) – 3
=
0
0
x→1

A(x) = x³ – 4x² – 7x + 10 e B(x) = x² + 2x – 3 são polinômios. Estes retornaram zero quando a variável x foi substituída por 1. Pelo teorema do resto, isso quer dizer que tanto A(x) quanto B(x) são divisíveis por (x – 1). Portanto:

lim
x³ – 4x² – 7x + 10
x – 1
x² + 2x – 3
x – 1
x→1
lim
x² – 3x – 10
x + 3
x→1
lim
(1)² – 3(1) – 10
1 + 3
=
-12
4
= -3
x→1

d) lim
(x + 2)² – 4
x
x→0
lim
(0 + 2)² – 4
0
=
(2)² – 4
0
=
0
0
x→0
(x + 2)² – 4 = x² + 4x + 4 – 4
x x
x² + 4x = x(x + 4) = x + 4
x x
lim x + 4 = 4
x→0

Limites no infinito

Veja as situações abaixo:

 

Situação 1: Seja ƒ uma função em um intervalo aberto (a,+∞).

lim f(x) = L
x→+∞

O limite de f(x) quando x → +∞ é L, quando L satisfaz a condição:

Para qualquer ε > 0, existe um δ > 0 desde que |f(x) – L| < ε sempre que x > δ.

Situação 2: Seja ƒ uma função em um intervalo aberto (-∞, b).

lim f(x) = L
x→-∞

O limite de f(x) quando x → +∞ é L, quando L satisfaz a condição:

Para qualquer ε > 0, existe um δ < 0 desde que |f(x) – L| < ε sempre que x < δ.

Nota:

Se n for um número inteiro positivo, então:

lim
1
xn
= 0
x→+∞
lim
1
xn
= 0
x→-∞

Exemplo 1

Determinar o limite:

lim
2x – 7
x – 3
x→+∞

Vamos reescrever o limite acima como uma divisão de duas funções.

lim
h(x)
g(x)
x→+∞

O limite de h(x) = 2x + 7 quando x tende a infinito é +∞.

lim 2x + 7 = +∞
x→+∞

O mesmo acontece para a função g(x) = x – 3.

lim x – 3 = +∞
x→+∞

Portanto, no limite original encontraríamos uma indeterminação.

lim
2x – 7
x – 3
=
+∞
+∞
x→+∞

Note que o termo que “rege” o numerador da função é o de maior grau, ou seja, 2x, e o termo que “rege” o denominador da função é o de maior grau, ou seja, x. Podemos assim reescrever o limite.

lim
2x
x
= 2
x→+∞

Exemplo 2

Determinar o limite:

lim
2x³ – 3x + 5
4x5 – 2
x→ – ∞

Podemos reescrever o limite como:

lim
2x³
4x5
x→ – ∞
lim
1
2x²
x→ – ∞
1
2
lim
1
=
1
2
* 0 = 0
x→ – ∞

Exemplo 3

Determinar o limite:

lim
2x + 5
√(2x² – 5)
x→ + ∞

Para resolvermos esse limite precisaremos simplificar a expressão. Vamos dividir o numerador e o denominador por x.

lim
2x ⁄ x + 5 ⁄ x
√(2x² ⁄ x² – 5 ⁄ x²)
x→ + ∞

O x aparece elevado ao quadrado dentro da raiz, porque x = √x².

lim
2 + 5 ⁄ x
√(2 – 5 ⁄ x²)
x→ + ∞

O termo

5
x
e
5

tendem a zero quando x tende a infinito.

lim
2
√2
=
2
√2
= √2
x→ + ∞