Livro de Matemática

Sumário

Definição de limite

Para entendermos o conceito de limite vamos observar o comportamento de algumas sequências numéricas:

1) Sequência dos números primos:

2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53, 59, 61, 67, 71, …

Note que conforme avançamos na sequência, sempre haverá um novo número primo, ou seja, existem infinitos números primos. Então, se considerarmos L o limite da sequência, podemos dizer que L tende a infinito. O mesmo é válido para a sequência de números pares (2,4,6,8,…) ou ímpares (1,3,5,7,…).

2) Sequência de números racionais:

1 , 2 , 3 , 4 ,…
2 3 4 5

Neste caso os valores do numerador e denominador estão crescendo indefinidamente, porém a razão entre eles está se aproximando de 1. Portanto, o limite desta sequência está tendendo a 1.

Assim como dissemos anteriormente, que L tendia a certo valor, podemos dizer também que uma função f(x) tende a certo limite L ao passo que x se aproxima de um determinado valor a, ou seja, dizemos que o limite de f(x) é L, quando x tende a a, se os valores de f(x) ficam cada vez mais próximos de L quando os valores de x ficam cada vez mais próximos de a. E representamos isso algebricamente como:

lim f(x) = L
x→a

Vamos ver um exemplo.

Exemplo

Seja a função f(x) = x2 – 4x + 3. Calcule o limite da função nos seguintes casos:
a) Quando x tende a zero (x → 0).
b) Quando x tende a 2 (x → 2).
c) Quando x tende a 3 (x → 3).
d) Quando x tende a infinito (x → ∞).
e) Quando x tende a menos infinito (x → -∞).


Antes de começarmos vamos fazer uma breve análise da função. A função dada é um polinômio do segundo grau. Veja o esboço do gráfico desta função.

gráfico da função do segundo grau.

A função não é restrita, logo seu domínio é o conjunto dos números reais. Já o conjunto imagem é dado por

y ∈ ℝ | y ≥
Δ .
4a
a) lim (x2 – 4x + 3) = 3
x→0

Para encontrarmos o valor do limite para funções que não geram indeterminações apenas substituimos a variável x pelo valor para o qual x se aproxima. Neste caso como x se aproxima de zero, substituimos a variável x por zero. Logo, 02 – 4*(0) + 3 = 3. Portanto, o limite procurado é 3. Então, quando x se aproxima de 0 tanto pela direita quanto pela esquerda, f(x) se aproxima de 3.

b) lim (x2 – 4x + 3) = -1
x→2

(2)2 – 4(2) + 3 = -1

c) lim (x2 – 4x + 3) = 0
x→3

Veja que 3 é uma das raizes da função. Neste ponto f(x) vale zero. É razoável pensar que quando x se aproxima de 3, f(x) se aproximará de zero.

d) lim (x2 – 4x + 3) = ∞
x→∞

Veja no gráfico abaixo que a medida que x cresce indefinidamente, f(x) também cresce indefinidamente. Logo, o limite procurado é ∞.

gráfico da função do segundo grau.
e) lim (x2 – 4x + 3) = ∞
x→-∞

É fácil perceber pelo gráfico que a medida que x avança pelo lado negativo, f(x) cresce indefinidamente. Desta forma, o limite de f(x) quando x tende a -∞ é ∞.

Definição formal de limite

Seja f(x) definida num intervalo k, contendo a, exceto possivelmente no próprio a. Dizemos que o limite de f(x) quando x aproxima-se de a é L, ou seja, escolhendo-se um ε>0, deverá existir um δ>0, tal que |f(x) – L|<ε sempre que 0 <|x – a|<δ.

Exemplo

Dada a função f(x) = 7x + 5, mostre que

lim (7x + 5) = 19
x→2

usando a definição.


Pela definição de limite devemos ter satisfeitas as seguintes inequações |f(x) – L|<ε e 0 <|x – a|<δ.
Então, temos que:

|7x + 5 – 19|<ε e 0 <|x – 2|<δ

|7x -14|<ε

|7(x – 2)|<ε

7|x – 2|<ε

|x – 2| < ε
7
ε é o δ procurado.
7
ε < x – 2 < ε
7 7
2 – ε < x < 2 + ε
7 7

Estamos então diante do intervalo de x. Logo, x deverá estar no intervalo

2 – ε , 2 + ε
7 7

Propriedades dos limites

O uso da definição de limite muitas vezes torna o processo do cálculo bastante trabalhoso. Seguem abaixo as principais propriedades de limites:

a)
lim c = c
x → a
b)
lim x = a
x → a
c)
lim c * f(x) = c * lim f(x)
x → a x → a
d)
lim [f(x) ± g(x)] = lim f(x) ± lim g(x)
x → a x → a x → a
e)
lim [f(x) * g(x)] = lim f(x) * lim g(x)
x → a x → a x → a
f)
lim
x → a
f(x)
g(x)
=
lim f(x)
x → a
lim g(x)
x → a
g)
lim [f(x)]n =[ lim f(x)]n
x → a x → a
h)
lim [ln(f(x))] = ln[ lim f(x)]
x → a x → a
i)
lim n√(f(x) = n lim f(x)
x → a x → a
j)
lim [cos(f(x))] = cos[ lim f(x)]
x → a x → a
l)
lim [sen(f(x))] = sen[ lim f(x)]
x → a x → a
m)
lim
x → a
ef(x) = e  

lim f(x)
x → a

 

Limites laterais

Já conhecemos a definição:

lim f(x) = L
x→a

Mas o que isso quer dizer? Para que um limite exista é necessário que os limites laterais existam e sejam iguais.
Suponhamos que o limite de f(x) quando x tende ao valor a pela esquerda seja L1.

lim f(x) = L1
x→a

Agora suponhamos que o limite de f(x) quando x tende ao valor a pela direita seja L2.

lim f(x) = L2
x→a+

Se L1 e L2 são números reais e iguais, ou seja, L1 = L2, então o limite de f(x) quando x tende ao valor a existe. Porém, se os valores dos limites laterais forem diferentes o limite não existe.

Vamos ver um exemplo. Seja a função f(x) representada pelo gráfico abaixo:

Limites laterais

Note que os pontos (1,2) e (3,2) foram retirados ficando um buraco. Porém a função está definida nestes pontos, já que f(1) = 1 e f(3) = 3. Veja que o limite f(x) quando x tende a 1 pela esquerda ou pela direita vale 2.

lim f(x) = lim f(x) = 2
x→1 x→1+

Por outro lado veja o que acontece quando x tende a 3.

lim f(x) = ∄
x→3

Pelo gráfico é possível notar que:

lim f(x) lim f(x)
x→3 x→3+

Indeterminações

Estamos cientes de que dependendo da situação:

lim f(x) = f(a)
x→a

Porém, nem sempre obtemos um valor aceitável quando realizamos a substituição de x por a. Pode ocorrer de nos depararmos com valores indeterminados, que, nesse contexto, são os seguintes:

0
0
; 0•(±∞) ;
±∞
±∞
; ∞ – ∞

00; 1 e ∞0

Para encontrarmos de forma correta o limite procurado será necessário o uso de simplificações ou algebrismos para eliminarmos a indeterminação.

Nota:

Esboçar o gráfico da função ajuda bastante na interpretação do limite procurado.

Exemplo 1

Encontre o limite das funções abaixo:

a) lim
x² – 4
x – 2
x→2
b) lim
√(x + 2) – √2
x
x→0
c) lim
x³ – 4x² – 7x + 10
x² + 2x – 3
x→1
d) lim
(x + 2)² – 4
x
x→0

a) lim
x² – 4
x – 2
x→2
lim
2² – 4
2 – 2
=
0
0
x→2

Nos deparamos com uma indeterminação. Para eliminarmos este problema vamos analisar a função racional. O denominador e o numerador são dois polinômios. Usando o método da fatoração chegamos ao seguinte resultado:

lim
x² – 4
x – 2
=
(x + 2)(x – 2)
x – 2
x→2

O que resulta em:

lim x + 2 = 4
x→2

b) lim
√(x + 2) – √2
x
x→0
lim
√(0 + 2) – √2
0
x→0
lim
√2 – √2
0
=
0
0
x→0

Para levantarmos a indeterminação vamos multiplicar numerador e denominador por √(x + 2) + √2, ou conjugado, obtendo:

√(x + 2) – √2 √(x + 2) + √2
x √(x + 2) + √2
x + 2 – 2 = x
x(√(x + 2) + √2) x(√(x + 2) + √2)
1
√(x + 2) + √2

Agora calculamos o limite

lim
1
√(x + 2) + √2
x→0
lim
1
√(0 + 2) + √2
=
1
2 √2
=
√2
4
x→0

c) lim
x³ – 4x² – 7x + 10
x² + 2x – 3
x→1
lim
(1)³ – 4(1)² – 7(1) + 10
(1)² + 2(1) – 3
=
0
0
x→1

A(x) = x³ – 4x² – 7x + 10 e B(x) = x² + 2x – 3 são polinômios. Estes retornaram zero quando a variável x foi substituída por 1. Pelo teorema do resto, isso quer dizer que tanto A(x) quanto B(x) são divisíveis por (x – 1). Portanto:

lim
x³ – 4x² – 7x + 10
x – 1
x² + 2x – 3
x – 1
x→1
lim
x² – 3x – 10
x + 3
x→1
lim
(1)² – 3(1) – 10
1 + 3
=
-12
4
= -3
x→1

d) lim
(x + 2)² – 4
x
x→0
lim
(0 + 2)² – 4
0
=
(2)² – 4
0
=
0
0
x→0
(x + 2)² – 4 = x² + 4x + 4 – 4
x x
x² + 4x = x(x + 4) = x + 4
x x
lim x + 4 = 4
x→0

Limites no infinito

Veja as situações abaixo:

 

Situação 1: Seja ƒ uma função em um intervalo aberto (a,+∞).

lim f(x) = L
x→+∞

O limite de f(x) quando x → +∞ é L, quando L satisfaz a condição:

Para qualquer ε > 0, existe um δ > 0 desde que |f(x) – L| < ε sempre que x > δ.

Situação 2: Seja ƒ uma função em um intervalo aberto (-∞, b).

lim f(x) = L
x→-∞

O limite de f(x) quando x → +∞ é L, quando L satisfaz a condição:

Para qualquer ε > 0, existe um δ < 0 desde que |f(x) – L| < ε sempre que x < δ.

Nota:

Se n for um número inteiro positivo, então:

lim
1
xn
= 0
x→+∞
lim
1
xn
= 0
x→-∞

Exemplo 1

Determinar o limite:

lim
2x – 7
x – 3
x→+∞

Vamos reescrever o limite acima como uma divisão de duas funções.

lim
h(x)
g(x)
x→+∞

O limite de h(x) = 2x + 7 quando x tende a infinito é +∞.

lim 2x + 7 = +∞
x→+∞

O mesmo acontece para a função g(x) = x – 3.

lim x – 3 = +∞
x→+∞

Portanto, no limite original encontraríamos uma indeterminação.

lim
2x – 7
x – 3
=
+∞
+∞
x→+∞

Note que o termo que “rege” o numerador da função é o de maior grau, ou seja, 2x, e o termo que “rege” o denominador da função é o de maior grau, ou seja, x. Podemos assim reescrever o limite.

lim
2x
x
= 2
x→+∞

Exemplo 2

Determinar o limite:

lim
2x³ – 3x + 5
4x5 – 2
x→ – ∞

Podemos reescrever o limite como:

lim
2x³
4x5
x→ – ∞
lim
1
2x²
x→ – ∞
1
2
lim
1
=
1
2
* 0 = 0
x→ – ∞

Exemplo 3

Determinar o limite:

lim
2x + 5
√(2x² – 5)
x→ + ∞

Para resolvermos esse limite precisaremos simplificar a expressão. Vamos dividir o numerador e o denominador por x.

lim
2x ⁄ x + 5 ⁄ x
√(2x² ⁄ x² – 5 ⁄ x²)
x→ + ∞

O x aparece elevado ao quadrado dentro da raiz, porque x = √x².

lim
2 + 5 ⁄ x
√(2 – 5 ⁄ x²)
x→ + ∞

O termo

5
x
e
5

tendem a zero quando x tende a infinito.

lim
2
√2
=
2
√2
= √2
x→ + ∞

Derivadas

O que você vai estudar:
  1. Conceito de derivada
  2. Tabela de derivadas
  3. Derivadas de funções simples de uma variável
  4. Regra da cadeia
  5. Derivadas de funções compostas de uma variável
  6. Regra de L’hopital
  7. Crescimento e decrescimento de funções
  8. Pontos de máximo e pontos de mínimo
  9. Concavidades
  10. Aplicações das derivadas
  11. Derivadas parciais

Conceito de derivada

O conceito de derivada é bastante discutido no ensino superior. E o mais empolgante neste assunto é a sua infinidade de aplicações. Em termos simples, a derivada é uma razão, como, por exemplo, quilômetros por hora, litros por minuto ou lucro por item.

km
h
,
l
m
,
l
i

Generalizando, podemos dizer que derivada é uma razão do tipo:

derivada =
aumento
distância
Função afim f(x) = x + 2.
Figura A: Gráfico da função afim f(x) = x + 2

Gráfico de uma função afim mostrando distancia por aumento.
Figura B: A inclinação de uma reta pode se calculada dividindo-se o aumento pela distância.

derivada =
aumento
distância
=
y2 – y1
x2 – x1

Quando efetuamos esse tipo de operação obtemos como resultado o coeficiente angular da reta, ou valor de m na função f(x) = mx + n.
Perceba que na função mostrada no gráfico acima, a derivada, ou o coeficiente angular da reta é sempre o mesmo em qualquer ponto da função. Mas, não podemos afirmar o mesmo quando a função apresentada é uma curva. Quando a função for uma curva, a derivada assumirá diferentes valores para diferentes pontos. Em alguns pontos ela terá valor positivo, noutros negativo ou nulo e em determinados pontos a derivada sequer existirá.

Portanto, a derivada da função no gráfico acima vale:

m =
5 – 3
3 – 1
= 1

O valor encontrado coincide com o valor de m na função f(x) = x + 2. Nesta função o coeficiente angular vale 1, onde m = coeficiente angular.

Veja na imagem abaixo como a curva f(x) = – x² + x + 6 apresenta derivadas diferentes para pontos distintos.

Gráfico mostrando diferentes derivadas para diferentes pontos de uma curva.
Figura C: Veja que uma derivada pode apresentar diferentes valores em diferentes pontos de uma curva.

Vamos então encontrar o valor da derivada no ponto P da função f(x) = – x² + x + 6. Esta curva é uma parábola com concavidade voltada para baixo.

Gráfico mostrando diferentes derivadas para diferentes pontos de uma curva.
Figura D

Ponto P e reta tangente destacados na parábola.
Figura E

Encontrar a derivada significa encontrar a inclinação da reta no ponto solicitado.

Gráfico mostrando como calcular a inclinação da reta secante à curva.
Figura F

Gráfico mostrando como calcular a derivada num determinado ponto através reta secante tendendo para uma reta tangente.
Figura G

Nossa intenção é encontrar o valor da derivada no ponto P. Portanto, vamos fixar este ponto. Agora escolhemos na curva o ponto Q, móvel. Deste momento em diante temos uma reta secante à curva e dois pontos destacados nessa reta. Da geometria analítica temos que a inclinação de uma reta pode ser calculada como:

m =
y2 – y1
x2 – x1

ou

tgθ =
Δy
Δx

Portanto, supondo o ponto P fixo, imagine que o ponto Q se move em direção ao ponto P. A medida que Q se move em direção a P a reta secante passa a se transformar em uma reta tangente. Veja na figura G.
Logo, quando o ponto Q tende para o ponto P, x2 tende para x1.
É possível formalizar algebricamente o que observamos na figura G conforme abaixo:

lim
Δy
Δx
= lim
f(x2) – f(x1)
x2 – x1
Q→P x2 → x1

Fazendo Δx = x2 – x1 e isolando x2 temos: x2 = x1 + Δx. Portanto, podemos reescrever o limite como:

m(x1) = lim
f(x1 + Δx) – f(x1)
Δx
Δx → 0

Sendo m(x1) a inclinação da reta tangente à curva y = f(x) no ponto P.

Exemplo 1

Determinar a reta tangente à curva y = x² + x – 1 no ponto P(1,1).


Pela definição podemos encontrar a inclinação da reta tangente à curva através da fórmula:

m(x1) = lim
f(x1 + Δx) – f(x1)
Δx
Δx → 0

Em que x1 = 1. Devemos encontrar os valores de f(1) e f(1 + Δx).

f(x) = x² + x – 1
f(1) = 1² + 1 – 1
f(1) = 1

f(1 + Δx) = (1 + Δx)² + 1 + Δx – 1
f(1 + Δx) = 1 + 2Δx + (Δx)² + 1 + Δx – 1
f(1 + Δx) = 1 + 3Δx + (Δx)²

Em seguida, aplicamos os valores encontrados na fórmula do limite.

m(1) = lim
f(1 + Δx) – f(1)
Δx
Δx → 0
m(1) = lim
1 + 3Δx + (Δx)² – 1
Δx
Δx → 0
m(1) = lim
3Δx + (Δx)²
Δx
Δx → 0
m(1) = lim
Δx(3 + Δx)
Δx
Δx → 0
m(1) = lim
3 + Δx
Δx → 0
m(1) = lim
3 + 0 = 3
Δx → 0

Portanto, a inclinação da reta à curva no ponto solicitado é igual a 3.

Nota:

Em estudos mais a frente você verá maneiras mais ágeis de se encontrar a derivada de uma função num determinado ponto.

f(x) = x² + x – 1
f'(x) = 2x + 1
f'(1) = 2(1) + 1
f'(1) = 3

Exemplo 2

Encontrar a equação da reta tangente à curva y = √x no ponto x = 4.


A geometria analítica nos fornece a fórmula y – f(x1) = m(x – x1) para encontrar a equação da reta.

Visto que m é a inclinação da reta, vamos encontrá-lo através da fórmula do limite.

m(x1) = lim
f(x1 + Δx) – f(x1)
Δx
Δx → 0
m(4) = lim
f(4 + Δx) – f(4)
Δx
Δx → 0

f(x) = √x
f(4) = √4
f(4) = 2

f(4 + Δx) = √(4 + Δx)

m(4) = lim
√(4 + Δx) – √4
Δx
Δx → 0
m(4) = lim
√(4 + Δx) – 2
Δx
Δx → 0
Nota:

Se nesse momento substituírmos Δx por zero teremos uma indeterminação 0 ÷ 0.

Vamos multiplicar o numerador e o denominador √(4 + Δx) + 2.
√(4 + Δx) + 2 é o conjugado de √(4 + Δx) – 2.

m(4) = lim
√(4 + Δx) – 2 √(4 + Δx) + 2
Δx √(4 + Δx) + 2
Δx → 0
m(4) = lim
4 + Δx – 4
Δx(√(4 + Δx) + 2)
Δx → 0
m(4) = lim
Δx
Δx(√(4 + Δx) + 2)
Δx → 0
m(4) = lim
1
√(4 + Δx) + 2
Δx → 0
m(4) = lim
1 = 1
√(4 + 0) + 2 4
Δx → 0

Agora que encontramos o valor de m, podemos substituí-lo na fórmula y – f(x1) = m(x – x1).

y f(4) =
1
4
(x – 4)
y 2 =
1
4
(x – 4)
y =
1
4
(x – 4) + 2
y =
x
4
+ 1

Portanto, a equação da reta procurada é:

y =
x
4
+ 1
Nota:

Além da notação f'(x), também é possível escrever:
Dxf(x) – derivada de f(x) em relação a x.
Dxy – derivada de y em relação a x.

dy
dx

Derivada de y em relação a x.
Além disso, dizemos que uma função é derivável quando existe a derivada em todos os pontos do seu domínio.

A derivada de uma função num ponto

A derivada de uma função f(x) no ponto a, denotada por f'(a) é definida pelo limite

f'(a) = lim
f(a + Δx) – f(a)
Δx
Δx → 0

Também podemos escrever

f'(a) = lim
f(b) – f(a)
b – a
b → a

Como visto, este limite nos dá a inclinação da reta tangente à curva f(x) no ponto (a,f(a)). Logo, geometricamente, o que tem-se é a inclinação da curva f(x) no ponto a. Dizemos que uma função é derivável quando existe a derivada em todos os pontos do seu domínio.

Nota:

Ser f(x) contínua num ponto a não garante a existência de f'(a). Porém, toda função derivável num ponto a é contínua nesse ponto. Para provar a continuidade de uma função f(x) num ponto devemos ter:

1) f(a) existe;

2)  
lim
x → a
f(x)   existe
 
3)  
lim
x → a
f(x) = f(a)
 

Tabela de derivadas

Seja f(x) uma função derivável. Além disso, seja n uma constante. Seguem abaixo as principais fórmulas de derivação.

y = k ⇒ y’ = 0
y = xn ⇒ y’ = n * xn – 1
y = ex ⇒ y’ = ex
y = senx ⇒ y’ = cosx
y = cosx ⇒ y’ = -senx
y = tgx ⇒ y’ = sec²x
y = cotgx ⇒ y’ = -cossec²x
y = secx ⇒ y’ = secx.tgx
y = cossecx ⇒ y’ = -cossecx.cotgx
y = arcsenx y’ = 1
√(1 – x²)
y = arccosx y’ = -1
√(1 – x²)
y = arctgx y’ = 1
1 + x²
y = lnx y’ = 1
x
y = ax ⇒ y’ = ax.ln(a)
y = loga x y’ = 1
x.ln(a)

Sejam u(x) e v(x) funções deriváveis. Além disso, sejam a e n constantes. Seguem abaixo as principais fórmulas de derivação.

y = a ⇒ y’ = 0
y = x ⇒ y’ = 1
y = a * u ⇒ y’ = a * u’
y = u + v ⇒ y’ = u’ + v’
y = u * v ⇒ y’ = u * v’ + v * u’
y = u y’ = v * u’ – u * v’
v
y = un, (n ≠ 0) ⇒ y’ = n * un – 1 * u’
y = au ⇒ y’ = au * ln(a) * u’
y = eu ⇒ y’ = eu * u’
y = loga u y’ = u’ loga e
u
y = ln(u) y’ = u’
u
y = sen(u) ⇒ y’ = cos(u) * u’
y = cos(u) ⇒ y’ = -sen(u) * u’
y = tg(u) ⇒ y’ = sec²(u) * u’
y = cotg(u) ⇒ y’ = -cossec²(u) * u’
y = sec(u) ⇒ y’ = sec(u)*tg(u) * u’
y = cossec(u) ⇒ y’ = -cossec(u)*cotg(u) * u’

Derivadas de funções simples de uma variável

O cálculo de derivadas pelo processo de limites se torna bastante trabalhoso e demorado. Por isso, criou-se técnicas ágeis para facilitar os cálculos. Você pode recorrer à Tabela de derivadas e utilizar a regra mais adequada ao seu problema.

Exemplo 1

Encontre a derivada da função f(x) = x5.


Regra utilizada:

f(x) = xn
f'(x) = n * xn – 1

f(x) = x5
f'(x) = 5 * x5- 1
f'(x) = 5x4

Exemplo 2

Encontre a derivada da função f(x) = x5/6.


Regra utilizada:

f(x) = xn
f'(x) = n * xn – 1

f(x) = x5/6
f'(x) = 5/6 * x5/6 – 1
f'(x) = 5/6 * x– 1/6

f'(x) =
5 1
6 x1/6
f'(x) =
5
6 * x1/6
=
5
6 6√x

Exemplo 3

Encontre a derivada da função:

f(x) =
1
x5

Regra utilizada:

f(x) = xn
f'(x) = n * xn – 1

A função do problema pode ser reescrita como f(x) = x-5

f(x) = x-5
f'(x) = -5* x-5 – 1
f'(x) = -5* x-6

f'(x) =
-5
x6

Exemplo 4

Encontre a derivada da função f(x) = √x.


Regra utilizada:

f(x) = xn
f'(x) = n * xn – 1

A função do problema pode ser reescrita como f(x) = x1/2

f(x) = x1/2
f'(x) = 1/2 * x1/2 – 1
f'(x) = 1/2 * x– 1/2

f'(x) =
1 1
2 x1/2
=
1
2√x

Exemplo 5

Encontre a derivada da função h(x) = 4x³ – x² + 3x – 2.


h(x) = 4x³ – x² + 3x – 2
h'(x) = 4 * 3x² – 2x + 3 – 0
h'(x) = 12x² – 2x + 3

Exemplo 6

Encontre a derivada da função f(x) = (3x² + x)(4 – x4).


A função f(x) = (3x² + x)(4 – x4) é uma multiplicação de duas funções h(x) = (3x² + x) e g(x) = (4 – x4).

f(x) = h(x)g(x)
f'(x) = h(x)g'(x) + h'(x)g(x)

f'(x) = (3x² + x)(4 – x4)’ + (3x² + x)'(4 – x4)
f'(x) = (3x² + x)(-4x³) + (6x + 1)(4 – x4)
f'(x) = -4x³(3x² + x) + (24x – 6x5 + 4 – x4)
f'(x) = – 12x5 – 4x4 + 24x – 6x5 + 4 – x4
f'(x) = – 18x5 – 5x4 + 24x + 4

Exemplo 7

Encontre a derivada da função:

f(x) =
10 – x³
x + 2

A função f(x) é a divisão de duas funções h(x) e g(x).

f(x) =
h(x)
g(x)
f'(x) =
g(x)h'(x) – h(x)g'(x)
[g(x)]²
f'(x) =
(x + 2)(10 – x³)’ – (10 – x³)(x + 2)’
(x + 2)²
f'(x) =
(x + 2)(-3x²) – (10 – x³)(1)
(x + 2)²
f'(x) =
-3x³ – 6x² – 10 + x³
(x + 2)²
f'(x) =
-2x³ – 6x² – 10
x² + 4x + 4

Exemplo 8

Encontre a derivada da função f(x) = 5tgx + 3senx.


Na função f(x) = 5tgx + 3senx temos as constantes 5 e 3 que multiplicam as funções tgx e senx, respectivamente.

A derivada da função tgx é sec²x e a derivada da função senx é cosx. Logo, f'(x) = 5sec²x + 3cosx.

Exemplo 9

Encontre a derivada da função:

f(x) =
3
x
2 lnx + 5 arccosx

A função pode ser reescrita como:

f(x) = 3x-1 – 2lnx + 5arccosx
f'(x) = -3x-2 – 2(1/x) + 5(-1/(√(1 – x²)))

f'(x) =
-3
2
x
-5
√(1 – x²)

Exemplo 10

Encontre a derivada da função f(x) = 3x + arctgx.


Regras utilizadas:

h(x) = ax
h'(x) = axlna

g(x) = arctgx

g'(x) =
1
1 + x²
f'(x) = 3xln3 +
1
1 + x²

Derivadas de funções trigonométricas

Encontrar a derivada de uma função trigonométrica não é um trabalho muito simples. Por isso, vamos recuperar alguns conceitos iniciais com a finalidade de facilitar esse processo. Consideremos o círculo de raio unitário abaixo.

Ciclo trigonométrio

Na figura o segmento BC = senx e o segmento OC = cosx. Note que quando x tende a zero, senx tende a zero e cosx tende a 1.
Em termos de limites podemos dizer que:

lim senx = 0
x → 0
lim cosx = 1
x → 0

Note também que o arco AB é maior do que o segmento BC. Você deve ter aprendido em séries anteriores que a relação entre o ângulo x e o arco AB é:

x =
AB
r

Como no círculo trigonométrico o raio vale 1, o ângulo x é numericamente igual ao arco AB. Daí tem-se:

0 < BC < AB

Visto que, senx = BC, tem-se:

0 < senx < x