Todo número natural não primo, maior que 1, pode ser escrito na forma de uma multiplicação onde todos os fatores são números primos. Veja o número 72 escrito na forma fatorada.
72 | 2 |
36 | 2 |
18 | 2 |
9 | 3 |
3 | 3 |
1 | |
Portanto:
72 = 2 x 2 x 2 x 3 x 3 = 2³ x 3²
A esse processo de escrever um número em fatores primos damos o nome de decomposição em fatores primos, que consiste em:
Consideremos a seguinte situação:
Escreva o conjunto dos múltiplos dos números naturais 15 e 20.
M(15) = { 15, 30, 45, 60, 75, 90, 105, 120, …}
M(20) = { 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140, 160, …}
Note que os elementos de ambos os conjuntos tendem ao infinito. Além disso, alguns elementos coincidem, como o número 60 e o número 120, se continuarmos o processo encontraremos outros números coincidentes. Portanto, não nos interessa saber qual o maior múltiplo comum entre 15 e 20, pois sempre será possível encontrar um número maior. O que nos interessa, na verdade, é saber qual o menor múltiplo comum entre 15 e 20. Neste caso, podemos notar que é 60.
Portanto o M.M.C.(15,20) = 60.
A obtenção do M.M.C. através de conjuntos se torna trabalhoso. Para agilizar esse processo podemos lançar mão da decomposição em fatores primos.
15, | 20 | 2 |
15, | 10 | 2 |
15, | 5 | 3 |
5, | 5 | 5 |
1, | 1 | |
A fatoração simultânea de 15 e 20 resulta em 2² x 3 x 5 = 60. Logo, 60 é o M.M.C. de 15 e 20.
Qual o M.M.C. entre 6, 8 e 12?
6, | 8, | 12 | 2 |
3, | 4, | 6 | 2 |
3, | 2, | 3 | 2 |
3, | 1, | 3 | 3 |
1, | 1, | 1 | |
M.M.C.(6,8,12) = 2³ x 3 = 24
Vamos escrever o conjunto dos divisores dos números naturais 15 e 20.
D(15) = { 1, 3, 5, 15 }
D(20) = { 1, 2, 4, 5, 10, 20 }
Note que o conjunto dos divisores de um número natural é finito. Também notamos que o número 1 é o menor divisor comum de qualquer número natural, o que não é relevante nesse contexto. O que nos interessa é o maior divisor comum.
Neste caso em particular o Maior Divisor Comum entre 15 e 20 vale 5. Logo, o M.D.C.(15,20) = 5.
Existe uma maneira mais ágil de encontrarmos o M.D.C. entre dois ou mais números quaisquer por meio da decomposição em fatores primos.
15 | 3 | 20 | 2 | ||
5 | 5 | 10 | 2 | ||
1 | 5 | 5 | |||
1 | |||||
15 = 3 x 5 e 20 = 2² x 5. O número primo comum nas duas fatorações é o número 5. Logo, 5 é o M.D.C entre 15 e 20.
Qual o M.D.C.(6,8,12)? Se fizermos a decomposição em fatores primos encontraremos:
6 = 2 x 3
8 = 2³
12 = 2² x 3
O M.D.C. será o(s) número(s) primo que repete e com o menor expoente. Veja que o número primo 2 se repete nas três fatorações, portanto, ‘pegamos’ o número 2 com o menor expoente, resultando em M.D.C.(6,8,12) = 2.
Nós adotamos o sistema de numeração decimal posicional. O nome decimal tá relacionado ao fato de usarmos 10 algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9) e é dito posicional, pois cada algarismo, além do seu valor intrínseco, possui um peso que lhe é atribuído em função de sua posição dentro da sequência.
1.545 = 1 x 10³ + 5 x 10² + 4 x 10¹ + 5 x 100 Número 1.545 representado no sistema decimal. Portanto, temos dez símbolos para escrevermos qualquer número que quisermos, além disso dependendo da posição que o símbolo ocupa no número o seu peso será diferente. Veja por exemplo o algarismo 5 em 1.545. O primeiro 5 da direita para a esquerda vale 5 unidades, em seguida o algarismo 4 vale 4 dezenas, em seguida, novamente o algarísmo 5, neste caso vale 5 centenas e por último o algarísmo 1 vale uma unidade de milhar.
1 | . | 5 | 4 | 5 |
5 unidades | ||||
4 dezenas | ||||
5centenas | ||||
1 unidade de milhar |
Em termos de classificação, a cada três ordens, contadas da direita para a esquerda, constituem uma classe e essas são separadas por um ponto.
Classe das unidades |
|
Classe do milhar |
|
Classe do milhão |
|
Por meio do Crivo de Eratóstenes percebemos que um número a ≥ 2 ou é primo ou um múltiplo de primo. Veja o raciocínio abaixo:
Escolhemos um número a natural.
Podemos dizer que ou a é um primo p0 ou a é p0a1, com 1 < a1 < a
Obtivemos um novo número p0a1 que pode ser um primo p1 ou p1a2, com 1 < a2 < a1 < a
Veja a sequência de números que estamos obtendo: 1 < a2 < a1 < a. São todos números maiores do que 1 e menores do que a, ou seja, é uma quantidade finita de números que em algum momento resultará num número primo pr. Portanto, os números formados fazem parte do conjunto {1, an, …, a3, a2, a1, a}.
Veja os exemplos abaixo:
93 | = | 3 | x | 31 |
é primo | ||||
é primo |
Tomemos o número 93. Inicialmente podemos pensar que este número é primo, porém pelo Crivo de Eratóstenes verificamos que ele não é um número primo, portanto 93 = primo x a1. Obtemos então que 93 = 3 x a1 em que a1 = 31, daí nos perguntamos: será que 31 é primo ou um número composto? Novamente, por meio do crivo concluimos que o número 31 é primo. Finalmente, temos que 93 = 3 x 31, em que os números 3 e 31 são primos. Logo, 93 é formado por uma multiplicação de primos. Lembre-se que esta escrita é única.
140 | = | 2 | x | 70 | ||||
não é primo | ||||||||
é primo | ||||||||
140 | = | 2 | x | 70 | ||||
140 | = | 2 | x | 2 | x | 35 | ||
não é primo | ||||||||
é primo | ||||||||
140 | = | 2 | x | 2 | x | 35 | ||
140 | = | 2 | x | 2 | x | 5 | x | 7 |
é primo | ||||||||
é primo |
Chegamos então à conclusão de que qualquer número natural maior ou igual a 2 ou é primo ou é um produto de primos. Representamos então a = p0.p1.p2…pr.
Essa conclusão nos conduz ao Teorema Fundamental da Aritmética.
Dado um número a ≥ 2, ∃ r > 0, tal que
a | = | p | n1 | . | p | n2 | . | … | . | p | nr |
1 | 2 | r |
O conhecimento de relações vai exigir de nós a noção prévia de par ordenado. Par ordenado é uma estrutura da forma (a,b) onde a é o primeiro elemento do par e b é o segundo elemento. Além disso possui a seguinte característica:
É possível ainda termos pares ordenados (a,a), (b,b), isto é, com ambos elementos iguais. Vale lembrar também que nos pares ordenados a ordem dos elementos faz diferença, portanto (a,b) ≠ (b,a).
Para entender esse conceito vamos definir a seguinte tarefa: Dados dois conjuntos A e B forme todos os pares ordenados possíveis de maneira que o primeiro elemento do par pertença ao conjunto A e o segundo elemento do par pertença ao conjunto B. Simbolicamente, queremos dizer: AxB = {(a,b)/a ∈ A e b ∈ B}
Seja o conjunto A = {5,6,7} e B = {p,q}. Faça o produto cartesiano AxB.
Podemos representar o produto cartesiano de 5 maneiras diferentes: conjunto de pares ordenados, linguagem coloquial, linguagem simbólica, tabela de dupla entrada, diagrama sagital (de Venn) e plano cartesiano. Vejamos algumas delas.
• Conjunto de pares ordenados
AxB = {(5,p);(5,q);(6,p);(6,q);(7,p);(7,q)}
• Linguagem simbólica
AxB = {(x,y)/x ∈ A e y ∈ B}
• Tabela de dupla entrada
B | p | q |
A | ||
5 | (5,p) | (5,q) |
6 | (6,p) | (6,q) |
7 | (7,p) | (7,q) |
• Diagrama sagital
• Plano cartesiano
A Matemática reflete uma necessidade constante de compreender e construir relações. Em nosso dia a dia fazemos comparações de grandezas ou características. Comparamos preços de mercadorias, idade e parentesco entre pessoas, áreas e volumes, entre outros. Quando fazemos isso estamos relacionando os objetos.
Relação é um subconjunto do produto cartesiano, sendo este o conjunto de todos os pares ordenados que podemos estabelecer entre conjuntos.
Consideremos duas lojas A e B e comparemos os preços dos seguintes produtos: perfume, sabonete e shampoo, ao realizar uma compra. Podemos relacionar os preços desses produtos nas lojas A e B através de “… é mais caro na …“. Por exemplo, no caso do shampoo ser mais caro na loja A, indicaremos este fato pelo par ordenado (shampoo,A).
Podemos ainda usar como exemplo a relação “…é pai de…” entre duas pessoas da mesma família. João é pai de Marcelo, logo o par ordenado será (João,Marcelo).
Já vimos que os elementos de uma relação R do conjunto A no conjunto B são pares ordenados. O primeiro elemento do par ordenado pertence ao domínio e o segundo elemento pertence à imagem. Dizemos que o segundo elemento é a imagem do primeiro elemento pela relação R do conjunto A no conjunto B.
Consideremos os conjuntos D(15) e D(45) respectivamente o conjunto dos divisores de 15 e o conjunto dos divisores de 45. Seja R a relação entre D(15) e D(45) definida pela sentença y = 3x. Enumere os elementos dessa relação.
D(15) = {1,3,5,15}
D(45) = {1,3,5,9,15,45}
T = {(1,3),(3,9),(5,15),(15,45)}
Dada uma relação R de um conjunto A em um conjunto B, chama-se relação inversa de R e indica-se R-1 o conjunto de pares ordenados obtidos a partir dos pares ordenados de R invertendo-se a ordem dos termos de cada par.
R = {(x,y) ∈ AxB / x R y} e R-1 = {(y,x) ∈ BxA / (x,y) ∈ R}
Por exemplo: Considere a relação T definida no conjunto dos reais por “y é o dobro de x” e representada por T = {(x,y) ∈ ℝxℝ / y = 2x}. A relação inversa de T pode ser representada por T-1 = {(y,x) ∈ ℝxℝ / y = 2x} ou T-1 = {(x,y) ∈ ℝxℝ / y = x/2}
Em Matemática, chamamos de função qualquer relação de um conjunto A em um conjunto B que satisfaça à seguinte condição: “Todo elemento de A possui uma única imagem em B“. Função nada mais é do que um subconjunto do produto cartesiano, logo ela é um tipo de relação.
Os diagramas acima representam cada um, uma função. Perceba as seguintes propriedades:
• Não existe no conjunto A elemento com mais de uma imagem no conjunto B.
• Não existe no conjunto A elemento que não tenha imagem no conjunto B.
• Podem sobrar elementos no conjunto B.
O conjunto A recebe o nome de Domínio ou campo de definição da função e o conjunto B é chamado de contra domínio. Já o conjunto imagem é o conjunto dos valores (retorno) da função e um subconjunto do contradomínio da função.
Dados os conjuntos: A = {0,-1,4} B = {a,b,c,d,e} C = {j,k,x} D = {1,-1}
Observe os gráficos sagitais abaixo que representam respectivamente as relações: M do conjunto A no conjunto B; P do conjunto A no conjunto C; L do conjunto B no conjunto A; F do conjunto D no conjunto B;
Quais delas representam funções e por que?
Considere o conjunto A = {1,2,3,4,5} e o conjunto B = {1,2,3,4,5,6,7}.A cada elemento de A façamos corresponder o seu sucessor em B.
Represente esta relação pela enumeração de seus elementos.
Esta função pode ser representada simbolicamente por f: A → B ou x → x + 1 f: A → B = {(1,2),(2,3),(3,4),(4,5),(5,6)}
Perceba que 2 = f(1), ou seja, que a imagem de 1 por f é 2 e a imagem de 2 por f é 3.
Seja f uma função de A em B (f: A → B). Se para quaisquer elementos distintos de A correspondem elementos distintos do conjunto B dizemos que a função é injetora.
Seja f uma função de A em B (f: A → B). Dizemos que uma função é sobrejetora se o conjunto imagem for igual ao conjunto B, ou seja, Im(f) = B ou ainda Im(f) = CD(f).
Uma função de A em B (f: A → B) é bijetora quando é, ao mesmo tempo, injetora e sobrejetora. Desta forma, para elementos distintos do conjunto A correspondem elementos distintos em B (função injetora) e Im(f) = B (função sobrejetora).
Os Logaritmos podem ser representados de duas formas, conforme as imagens. Estas formas são: exponencial e logarítmica. Por meio das figuras podemos compreender cada parte da fórmula.
Sendo a e b números reais e positivos, com a ≠ 1, chama-se logaritmo de b na base a o expoente x ao qual de deve elevar a base a para obter b.
Veja alguns exemplos:
log | 81 | = | 4 | |
3 |
34 = 81
log | 16 | = | 4 | |
2 |
24 = 16
log |
|
= | -5 | ||||
2 |
2-5 = 1/32
log | √2 | = | ½ | |
2 |
2½ = √2
Nos exemplos acima vemos os logaritmos primeiro na forma logarítmica e abaixo na forma exponencial.
Para que os Logaritmos existam é necessário seguir algumas regras.
|
|
A esse conjunto de regras damos o nome de domínio dos Logaritmos ou campo de existência.
Determine o campo de existência de
y = | log | (x² – 1) | |
x |
Determine o campo de existência de
y = | log | (x² -5x + 6) | |
3 |
Determine as condições de existência de
y = | log | (5x² -26x + 5) | |
x + 2 |
Seguem abaixo algumas fórmulas já “consagradas” no escopo dos Logaritmos.
log | 1 | = | 0 | |
a |
log | a | = | 1 | |
a |
log | am | = | m | |
a |
a |
|
= b | ||||
|
= |
|
↔ b = c |
Já aprendemos que
log | b | = | x | |
a |
além disso, também sabemos que (0 < a ≠ 1). O que acontece quando fixamos o valor de a?
log | 4 | = | 2 | |
2 |
log | 8 | = | 3 | |
2 |
log | 16 | = | 4 | |
2 |
log | 32 | = | 5 | |
2 |
log | 64 | = | 6 | |
2 |
O que estamos obtendo aqui é um sistema de logaritmos de base 2. Portanto, o conjunto formado por todos os logaritmos de base 2 dos números reais positivos é o sistema de logaritmos de base 2. Existem muitas outras bases, mas as mais utilizadas são duas:
a) o sistema de Logaritmos decimais, que é o de base 10.
Os Logaritmos foram uma grande contribuição de John Napier (1550 – 1617), um estudioso escocês que dedicou 20 anos da sua vida a esse assunto. A criação dos Logaritmos se deu com a intenção de facilitar os cálculos relacionados à navegação e astronomia da época. Durante os estudos você irá perceber que os Logaritmos estão associados a problemas em que temos uma incógnita no expoente de uma expressão matemática.
|
= |
|
No sistema de base 10 é comum omitirmos a base na sua representação.
b) o sistema de Logaritmos neperianos, que é o de base e (e é um número irracional que vale 2,71828…).
|
= | ln b |
Visto que o conjunto formado por todos os Logaritmos de uma mesma base a é chamado de sistema de Logaritmos de base a, a partir de agora vamos aprender a realizar operações entre os elementos desse conjunto.
Operação 1: Logaritmo de um produto
|
= |
|
+ |
|
Operação 2: Logaritmo de um quociente
|
= |
|
– |
|
Operação 3: Logaritmo de uma potência
|
= n |
|
Operação 4: Logaritmo de uma potência na base
|
= | 1 |
|
||||||||
k |
Por meio dessas operações podemos solucionar vários problemas envolvendo cálculos mais complicados envolvendo números reais.
Sendo
|
, |
|
e |
|
calcule:
a) | log | (abc) | |
x |
b) | log |
|
|||
x |
Calcule
log | ³√a ³√b ³√c | |
c |
, sendo |
|
e |
|
Encontre o valor de m, sabendo que:
|
= |
|
+ |
|
– | 2 |
|
Determine o valor de
log | 1.024 | |
16 |
log | 1.024 | = | log | 1.024 | ||
16 | 24 |
1 | log | 1.024 | = | 1 | 10 | = | 5 | |
4 | 2 | 4 | 2 |
Vimos anteriormente que podemos operar com Logaritmos de mesma base de forma fácil. Porém, haverá momentos em que será exigido operar com Logaritmos de bases diferentes. Quando isso acontece a resolução não flui de forma tão intuitiva. Para operar com Logaritmos de bases diferentes é necessário primeiro, colocar os elementos numa base comum e só então realizar a operação.
Por exemplo:
sendo |
|
e |
|
, calcular |
|
Note que nos foi dados dois Logaritmos de base 10 e se deseja obter o resultado de um Logaritmo em base 2.
Para obtermos o resultado desejado, podemos utilizar a fórmula:
|
= |
|
Retomando o problema inicial, desejamos encontrar o valor de
log | 6 | |
2 |
Aplicando a fórmula, tem-se:
|
= |
|
|
= |
|
|
= |
|
|
= |
|
= |
|
Sendo |
|
, |
|
e |
|
, calcule:
a) | log | 50 | |
2 |
b) | log | 45 | |
3 |
c) | log | 2 | |
9 |
Efetue o produto:
|
. |
|
. |
|