Livro de Matemática

Sumário

Tangente de um ângulo

Tangente de um ângulo

Para o estudo da tangente de um ângulo será necessário inserir mais um eixo ao ciclo trigonométrico. Este eixo estará tangenciando o ciclo trigonométrico no ponto A (origem dos arcos) com orientação para cima. A partir da figura acima podemos retirar o seguintes dados:

  • T é a imagem de x;
  • OP2 é cos x;
  • OP1 é sen x;
  • OA vale 1;
  • AT é a tangente do número real x

Usando as técnicas aplicadas ao triângulo retângulo podemos obter a tangente de x.

tg x = PP2 = sen x
OP2 cos x

Função tangente

Função tangente

Conforme vimos no caso do seno e do cosseno de um ângulo, procuraremos associar a cada número real x o valor de tg x, introduzindo a função y = tg x. Perceba na figura acima que os arcos π/2 e 3π/2 estão representados com uma bolinha aberta. Isto indica que a tangente de x não está definida nestes pontos, já que nesta situação a reta que une o centro O à extremidade do arco x torna-se paralela ao eixo das tangentes, não o interceptando. De maneira geral, informamos que não existe tg(π/2 + kπ), com k ∈ Z.

Domínio da função y = tg x

D = {x ∈ R | x ≠ π/2 + kπ, k ∈ Z}

Imagem da função y = tg x

Vejamos o que ocorre em cada quadrante, em relação aos valores assumidos por y = tg x, ao mesmo tempo que x completa uma volta no ciclo trigonométrico.

Iniciamos partindo de A (origem dos arcos). Neste ponto a tg x vale zero, ou seja, tg 0 = 0. Aqui o ponto T coincide com o ponto A. A medida que x aumenta dentro do primeiro quadrante, o ponto T se afasta gradativamente do ponto A, no sentido positivo do eixo. Desta maneira, o valor da tangente vai aumentando e assumindo valores reais e positivos até deixar de existir quando x = π/2.

Função tangente no primeiro quadrante

Quando x passa para o segundo quadrante, o ponto T reaparece (na parte negativa do eixo das tangentes) e, a medida que x aumenta dentro do quadrante, o ponto T se aproxima de A, embora ainda na parte negativa do eixo. O ponto T volta a coincidir com A quando x assume o valor π. Neste ponto tg π = 0.

Função tangente no segundo quadrante

O terceiro quadrante T volta a ocupar a parte positiva do eixo das tangentes, afastando-se de A à medida que x aumenta dentro do terceiro quadrante até deixar de existir novamente, quando x = 3π/2.

Função tangente no terceiro quadrante

No quarto quadrante T reaparece na parte negativa do eixo das tangentes, e a medida que x cresce o valor de tg x também aumenta até T coincidir com A em 2π onde tg 2π = 0.

Função tangente no quarto quadrante

Com isso chegamos as seguintes conclusões:

  • tg x é positiva no 1º e 3º quadrantes;
  • tg x é negativa no 2º e 4º quadrantes;
  • tg x = 0 ⇔ x = kπ, k ∈ Z;
  • tg x assume qualquer valor real: Im = R;
  • y = tg x é crescente em qualquer quadrante.

Valores notáveis

Na tabela abaixo encontram-se os valores de tangente dos ângulos mais comuns estudados em trigonometria. A partir destes ângulos podemos encontrar o valor da tangente de outros ângulos.

x cos x
0 0
π/6 √3/3
π/4 1
π/3 √3
π/2
π 0
3π/2
0

Gráfico da função tangente

Veja como fica o gráfico da função tangente quando variamos x no intervalo de [0 , 2π].

Gráfico da função tangente

O gráfico da função tangente é um pouco mais “estranho” mesmo, se comparado com as funções anteriores. Essa linha laranja presente no gráfico recebe o nome de tangentóide e ela continua à direita de 2π e à esquerda de 0 (zero). Através do gráfico podemos perceber duas assíntotas nos arcos de π/2 e 3π/2 indicando que nestes pontos o valor da tangente é indefinido, além disso o período da função tangente é π. Logo:

tg x = tg(x + kπ), com k ∈ Z

A função tangente é uma função ímpar

Cíclo trigonométrico retratando a função tangente como uma função ímpar

Portanto, tg(-x) = -tg(x).

Função cotangente

Função cotangente

A função cotangente, y = cotg(x), é o inverso da função tangente.

tg x = sen x
cos x

O inverso disso é:

cotg x = cos x
sen x

Na função y = tg(x), o eixo das tangentes é paralelo o eixo dos senos, ou eixo y. Já o eixo das cotangentes é paralelo ao eixo dos cossenos, ou eixo x. O segmento BD representa o valor da cotangente do arco x.

Na função cotg(x) o denominador é sen(x) e o valores dos arcos onde sen(x) se anula são aqueles do tipo kπ, com k ∈ Z. Desta maneira, o domínio da função cotg(x) é D = {x ∈ R | x ≠ kπ, k ∈ Z}.

O conjunto imagem da função cotg(x) é Im = R.

Os sinais da função cotangente serão os mesmos da função tangente, porém y = cotg(x) será decrescente em todos os quatro quadrantes, além disso seu período vale π.

Valores notáveis

x cos x
0
π/6 √3
π/4 1
π/3 √3/3
π/2 0
π
3π/2 0

Funções secante e cossecante

Função secante e cossecante

Inicialmente, traçamos um arco AP e no ponto P uma reta tangenciando o ciclo trigonométrico. Note que a reta intercepta o eixo dos senos no ponto D e o eixo dos cossenos no ponto S. Chamamos de secante do arco x o segmento OS e cossecante do arco x o segmento OD. Com base na figura, criamos os seguintes quadros:

  y = sec(x)
Domínio x ∈ R | x ≠ π/2 + kπ, k ∈ Z
Imagem 1 ≤ sec(x) ≤ -1
Fórmula
sec(x) = 1
cos x
Período

  y = cossec(x)
Domínio x ∈ R | x ≠ kπ, k ∈ Z
Imagem 1 ≤ cossec(x) ≤ -1
Fórmula
cossec(x) = 1
sen x
Período

Exercícios – Trigonometria (parte I)

Exercícios de introdução para fixar o conceito teórico.
Arcos e ângulos, comprimento de arco e arcos côngruos
  1. Expresse em rad:
    a) 210º
    b) 350º
    c) 67º30′
    d) 25º20′
    e) 1/6 da medida da circunferência
    f) 2/5 da medida da circunferência

    Resposta:
    a) 7π/6 rad
    b) 35π/18 rad
    c) 3π/8 rad
    d) 19π/135 rad
    e) π/3 rad
    f) 4π/5 rad
  2. Qual é, em radianos, o ângulo descrito pelo ponteiro dos minutos de um relógio, num período de 25 minutos?

    Resposta: 5π/6 rad
  3. Determine o menor ângulo formado pelos ponteiros de um relógio:
    a) às 9h10min
    b) às 12h15min
    c) às 8h20min

    Resposta: a) 145º b) 82º30′ c) 130º
  4. (UFOP-MG) Um ciclista de uma prova de resistência deve percorrer 500km em torno de uma pista circular de raio 200m. Calcule o número aproximado de voltas que ele deve dar. Use π = 3,14.

    Resposta: 400 voltas
  5. Exprima em graus:
    a) π/6 rad
    b) 2π/3 rad
    c) 5π/6 rad
    d) 11π/3 rad
    e) 3π/5 rad

    Resposta:
    a) 30°
    b) 120°
    c) 150°
    d) 660°
    e) 108°
  6. Um atleta A desenvolve, numa pista circular de raio 500 m, a velocidade constante de 8 km/h. Determine, em radianos, a medida do arco descrito, bem como seu comprimento, após 15 minutos de percurso.

    Resposta: 4 rad; 2 km
  7. Escreva, em radianos, as medidas dos ângulos centrais formados na figura abaixo.

    Circunferência de raio 1,5m e arco de 1,5m

    Resposta: 1rad e (2π – 1)rad
  8. Um pêndulo de 1,2 m de comprimento oscila entre os pontos A e B através de um ângulo de 15º. Qual é o comprimento da trajetória descrita, entre A e B, pela sua extremidade?

    Resposta: 31,4 cm
  9. Qual o comprimento da chapa metálica necessário para confeccionar a peça de fixação, em forma de U, mostrada na figura? As medidas indicadas estão em centímetros. Considere π = 3,14.

    Resposta: aaaaa
  10. As duas polias da figura giram simultaneamente por estarem ligadas por uma correia inextensível. Quantos graus deve girar a menor polia para que a maior dê uma volta completa?

    Resposta: 600°
  11. Sabe-se que, em um segundo, um ponto situado na periferia de uma polia descreve um arco que subtende um ângulo central de 10π rad. Se o raio dessa polia é 1,5 m, qual será a distância percorrida por esse ponto em um segundo?

    Resposta: 47,10 m
  12. Admitindo-se ser a terra uma esfera de raio r = 6375 km, determine a distância do equador a um ponto situado a uam latitude 30° norte. Adote π = 3,14.

    Resposta: 3336,25 km
  13. O ponteiro dos minutos de um relógio de parede mede 12 cm. Quantos centímetros sua extremidade percorre durante 25 min?

    Resposta: 31,4 cm
  14. (Unicamp-SP) Um relógio foi acertado exatamente ao meio-dia. Determine as horas e os minutos que estará marcando esse relógio após o ponteiro menor ter percorrido um ângulo de 42°.

    Resposta: 13h24min
  15. Quantas voltas completas dá e em qual quadrante pára um móvel que, partindo da origem A dos arcos, percorre um arco de:

    a) 1875°?
    b) 2310°?
    c) 27π/4 rad?
    d) 43π/10 rad?

    Resposta: a) 5; I Q b)6; II Q c) 3; II Q d) 2; I Q
  16. Verifique se são côngruos os seguintes pares de arcos:

    a) 1850° e -670°
    b) 19π/3 e 25π/3

    Resposta: a) sim b) sim
  17. Vamos calcular os arcos menores que 4π e côngruos a 55π/6 rad.

    Resposta: 7π/6 e 19π/6
  18. Sejam os pontos X e Y mostrados no ciclo trigonométrio da figura abaixo.

    a) Quais são os números reais x e y, associados aos pontos X e Y, respectivamente, com 0 ≤ x ≤ 2π e 0 ≤ y ≤ 2π?
    b) Dê as medidas dos arcos XPY e XQY.
    c) Forneça os comprimentos dos arcos XPY e XQY.

    Resposta: a) π/6 e 5π/4 b) 195° e 165° c) 13π12 e 11π/12
Exercícios de introdução para fixar o conceito teórico.
Seno, Cosseno e Tangente
  1. Determine o valor de:

    a) sen 900°
    b) sen(-1620°)
    c) sen 13π

    d)
    sen
    π
    2
    sen
    π
    3
    sen
    π
    6

    e)
    sen
    π
    4
    sen
    3
    sen²
    6
    Resposta: a) zero b) zero c) zero d) 2 – √3 e) – √6
  2. Sabendo que x = π/6, determine o valor da expressão E = 1 – 2sen x + sen² x.

    Resposta: 1/4
  3. Dê o sinal de cada uma das expressões:

    a) sen π/5 • sen π/3 • sen 3π/5 • sen 5π/3
    b) (1 – sen x)(1 + sen x), x ∈ R
    c) sen 111° – sen 110°

    Resposta: a) negativo b) positivo ou nulo c) negativo
  4. Sendo k ∈ Z, calcule, em cada caso, o valor de sen x, com:

    a) x = (2k + 1)•π
    b) x = (2k + 1)• π/2
    c) x = π/4 + kπ
    d) x = – π/3 + 2kπ ou x = – 2π/3 + 2kπ

    Resposta: a) 0 b) ± c) ± √2 / 2 d) – √3 / 2
  5. (U.F. Pelotas-RS, adaptado)
    “Josiane Soares, de Blumenau, é a dona da marca no lançamento de dardo, com 53,1 m, estabelecida durante a primeira etapa do troféu Brasil de atletismo, encerrada neste domingo, em Curitiba. Três outros recordes do campeonato foram quebrados e uma marca sul-americana juvenil também.” (Sidney, 2000)

    (Zero Hora, 2000)


    Numa prova olímpica de lançamento de dardo, a trajetória descrita é representada graficamente por uma parábola. A distância atingida pelo dardo é dada por:

    x =
    v² • sen 2α
    g

    em que α é o ângulo de lançamento, v é a velocidade inicial, x, a distância em relação à horizontal e g, o valor da gravidade (considere g = 10 m/s²).
    Com uma velocidade de 20 m/s, qual a maior distância obtida em três lançamentos consecutivos, sabendo-se que os ângulos de lançamento foram 30°, 45° e 60°? Compare as distâncias alcançadas nos outros dois casos.

    Resposta: no 2º lançamento (x = 40 m); os outros dois ângulos de lançamento fornecem alcances iguais.
  6. Escreva a expressão geral dos arcos x para os quais temos sen x = ± √3 / 2.

    Resposta: π/3 + kπ ou 2π/3 + kπ, k ∈ Z
  7. Calcule o valor da expressão

    y =
    sen
    π
    3
    2 • sen
    π
    6
    sen
    2
    3 • sen
    π
    2
    Resposta:

    2 – √3
    8
  8. Obtenha os valores reais de m para que se possa ter

    sen x = 2 – m
    3
    Resposta: -1 ≤ m ≤ 5, m ∈ R
  9. Calcule o valor da expressão y = sen π + sen 2π + … + sen 15π.

    Resposta: zero
  10. Sendo f:R → R a função definida por f(x) = sen x:

    a) calcule f(3π/4)
    b) determine x tal que 0 ≤ x ≤ 2π e f(x) = 1/2.

    Resposta: a) √2/2 b) π/6 ou 5π/6

Relações fundamentais

ciclo trigonométrico representando arco x.

Dado o arco x na figura, vamos incluí-lo como parâmetro das funções:

sen(x), cos(x), tan(x), cotg(x), sec(x) e cossec(x).

De seções anteriores vimos que:

tan(x) =
sen(x)
cos(x)
cotg(x) =
1
tan(x)
sec(x) =
1
cos(x)
cossec(x) =
1
sen(x)
Nota:

Dado um número inteiro a, o seu inverso será 1/a. Ocorre também que se multiplicarmos a por 1/a obteremos 1. Isto que está sendo dito aqui terá forte ligação com o que será visto adiante.
cossec(x) • sen(x) = 1

sen²(x) + cos²(x) = 1
∀ x ∈ ℝ

Relações decorrentes

sec²(x) = tan²(x) + 1
∀ x ≠ π/2 + kπ, k ∈ ℤ
cossec²(x) = cotg²(x) + 1
∀ x ≠ π + kπ, k ∈ ℤ

Identidades trigonométricas

As identidades trigonométricas são ferramentas úteis para a simplificação de expressões e equações trigonométricas. Consideremos duas funções f(x) e g(x). As funções f e g formam uma identidade trigonométrica quando f(x) = g(x). Essa identidade é válida para qualquer valor de x, obedecendo a lei que rege o domínio de cada função.
Por exemplo:

f(x) = sen²(x)

g(x) = 1 – cos²(x)

f(x) = g(x)

sen²(x) = 1 – cos²(x) → identidade trigonométrica

A igualdade (identidade) acima é válida para qualquer x real, logo configura uma identidade trigonométrica.

Nosso objetivo com as identidades trigonométricas é provar que são verdadeiras. E elas não virão tão simples quanto o exemplo acima. Para provar uma identidade trigonométrica podemos usar um dos dois artifícios abaixo.

Vamos provar a identidade (1 + cotg²(x))(1 – cos²(x)) = 1

1º artifício:

Escolhemos o membro mais complexo da equação e o simplificamos até chegarmos ao outro membro.
No exemplo acima o membro mais complexo é (1 + cotg²(x))(1 – cos²(x)). Portanto, vamos simplificá-lo até encontrarmos 1, que é o segundo membro.

(1 + cotg²(x))(1 – cos²(x)) = 1

1 + cos²(x)
sen²(x)
(1 – cos²(x)) = 1
sen²(x) + cos²(x)
sen²(x)
sen²(x) = 1

Sabemos da relação fundamental I que sen²(x) + cos²(x) = 1.

1
sen²(x)
sen²(x) = 1

1 = 1 → demonstrada a identidade

Nota:

A expressão (1 + cotg²(x))(1 – cos²(x)) pode ser escrita da forma (1 + cotg² x)(1 – cos² x), facilitando o visual.

2º artifício:

Vamos provar a identidade

tg x
1 + tg² x
=
sen x
sec x

Vamos inicialmente, atribuir cada membro a identidade a uma função.

f(x) =
tg x
1 + tg² x
g(x) =
sen x
sec x

Agora escolhemos a função mais simples e a simplificamos.

sen x
sec x
=
sen x
1
cos x
sen x
1
cos x
= sen x • cos x

Atribuimos a simplificação à função h(x).

h(x) = sen x • cos x

Agora devemos manipular a função f(x) de modo a chegar em h(x).

f(x) =
tg x
1 + tg² x
tg x
1 + tg² x
=
sen x
cos x
1 + sen² x
cos² x
sen x
cos x
1 + sen² x
cos² x
=
sen x
cos x
cos² x + sen² x
cos² x
sen x
cos x
cos² x
cos² x + sen² x

Já sabemos que cos² x + sen² x = 1.

Ficamos com sen x • cos x, que foi a expressão atribuída a h(x). Logo, f(x) = h(x), assim como g(x) = h(x). Finalmente, tem-se que f(x) = g(x), provando a identidade.

Exemplo 1

Demonstre a identidade trigonométrica tg²x + cos²x = sec²x – sen²x.


tg²x + cos²x = sec²x – sen²x

Como ambos os membros parecem complexos a primeira vista, vamos efetuar algumas manipulações com o objetivo de facilitar a resolução.

cos²x + sen²x = sec²x – tg²x

Agora fica fácil perceber que o membro da esquerda é mais simples, já que cos²x + sen²x = 1.

1 = sec²x – tg²x

1 =
1
cos²x
sen²x
cos²x
1 =
1 – sen²x
cos²x

1 – sen²x = cos²x

1 =
cos²x
cos²x

1 = 1

Identidade provada.

Exemplo 2

Expresse 1 – 2sen²x + sen²xcos²x + sen4x em função de cosx.


1 – 2sen²x + sen²xcos²x + sen4x
1 + sen²xcos²x – 2sen²x + sen4x
1 + sen²x(cos²x – 2 + sen²x)
1 + sen²x(cos²x + sen²x – 2)

sabemos que, cos²x + sen²x = 1, então:

1 + sen²x(1 – 2)
1 + sen²x(-1)
1 – sen²x
cos²x

Exemplo 3

Mostre que (senx + tgx)(cosx + cotgx) = (1 + senx)(1 + cosx).


(senx + tgx)(cosx + cotgx) = (1 + senx)(1 + cosx)

Vamos expandir o segundo membro.

(senx + tgx)(cosx + cotgx) = 1 + cosx + senx + senxcosx

Vamos expandir o primeiro membro para que fique igual ao segundo.

(senx + tgx)(cosx + cotgx)
senxcosx + sexcotgx + tgxcosx + tgxcotgx

senxcosx + senxcosx/senx + senx/cosxcosx + senx/cosxcosx/senx

Simplificando, temos:

senxcosx + cosx + senx + 1

Operando identidades

Até o momento calculamos as funções circulares de ângulos imediatos como 30º, 45º, 60º e 90º. Contudo, através destes ângulos podemos encontrar as funções circulares da soma de dois arcos, da diferença de dois arcos ou, ainda do dobro (ou triplo) de um arco dado.

sen(a + b) = sen a . cos b + sen b . cos a
cos(a + b) = cos a . cos b – sen a . sen b
tg(a + b) = tg a + tg b
1 – tg a . tg b

Exemplo 1

Calcule o seno, cosseno e tangente do ângulo de 75º.


sen 75º = sen(30º + 45º) = sen 30º . cos 45º + sen 45º . cos 30º

sen(30º + 45º) = 1 √2 + √2 √3
2 2 2 2
sen(30º + 45º) = √2 + √6
4 4
sen(75°) = √2 + √6
4

cos 75º = cos(30º + 45º) = cos 30º . cos 45º – sen 30º . sen 45º

cos(30º + 45º) = √3 √2 1 √2
2 2 2 2
cos(30º + 45º) = √6 √2
4 4
cos(75°) = √6 – √2
4

tg(30° + 45°) = tg 30º + tg 45°
1 – tg 30° . tg 45°
tg(30° + 45°) = √3 / 3 + 1
1 – √3 / 3 . 1
tg(30° + 45°) = √3 / 3 + 1
1 – √3 / 3
tg(30° + 45°) = 3 + √3
3 – √3
sen(a – b) = sen a . cos b – sen b . cos a
cos(a – b) = cos a . cos b + sen a . sen b
tg(a – b) = tg a – tg b
1 + tg a . tg b

Fórmulas da multiplicação

Dadas as funções circulares de um arco a, é possível, mediante a aplicação das fórmulas de adição de dois arcos, encontrarmos as funções circulares dos arcos 2a, 3a, …, chamados, respectivamente, de arco duplo, arco triplo, …
Fazendo b = a, teremos (a + b) = (a + a) = 2a.

Daí:

sen(2a) = 2sen a . cos a
cos(2a) = cos²a – sen²a
tg(2a) = 2tg a
1 – tg²a

Exemplo 1

Sendo cos a = 2/5, com 0 < a < π/2, determine sen 2a e cos 2a.


Exemplo 2

Demonstre que tg x • sen 2x = 2sen²x.


Exemplo 3

Demonstre que 1 + tg a • tg 2a = sec 2a


Matemática financeira

O que você vai estudar:
  1. Razão e Proporção
  2. Série de razões iguais
  3. Grandezas proporcionais
  4. Divisão proporcional – Regra de sociedade
  5. Regra de três
  6. Percentagem
  7. Operações sobre mercadorias
    • Vendas com lucro
    • Vendas com prejuízo
    • Acréscimos e abatimentos sucessivos
    • Moeda
    • Inflação
  8. Juros simples
    • Taxas proporcionais
    • Taxas equivalentes
    • Juros simples exatos
    • Juros simples comercial
  9. Juros compostos
    • Taxas equivalentes
    • Taxa nominal e taxa efetiva
    • Convenção exponencial e linear
    • Taxa real e taxa aparente

Razão e Proporção

O conceito de razão e proporção é de grande importância não só na matemática como também no nosso dia a dia. Podemos encontrar esse conceito ao ampliar uma imagem, ao assistir um a filme de terror em que um inseto possui tamanho gigante, totalmente fora da realidade; entre outros casos.

Razão

A razão nada mais é do que a divisão entre dois números, ou seja, a razão do número a para o número b (diferente de zero) é o quociente de a por b. Além disso, a razão serve para comparar duas grandezas.
Indicamos:

a
b
ou a : b

(lê-se: a para b)

Os números a e b são os termos da razão; a recebe o nome de antecedente (numerador) e b, consequente (denominador) da razão.

Exemplo 1

Na fila de um guichê de venda de ingressos em um estádio de futebol, havia 48 torcedores, sendo 20 palmeirenses e 28 corintianos. Qual a razão entre o número de palmeirenses e o número de corintianos? Explique.


20
28
=
5
7

Isso significa que para cada 5 palmeirenses havia 7 corintianos.

Exemplo 2

Um automóvel percorre 160 km em 2 horas. Qual a razão entre a distância percorrida e o tempo gasto em percorrê-la?


160 km
2 h
= 80 km/h

Podemos dizer que esse automóvel faz em média 80 km em 1 hora.

Proporção

A igualdade entre duas razões recebe o nome de proporção. Aprendemos que a : b e c : d são razões; então, se igualarmos essas duas razões teremos uma proporção.

a
b
=
c
d

(Lê-se: a está para b, assim como c está para d)
Os números a e d são chamados extremos, e os números b e c são chamados meios.
Na proporção anterior, se realizarmos a multiplicação cruzada, teremos:

ad = bc

O que nos permite dizer que:

Em toda proporção, o produto dos meios é igual ao produto dos extremos.

Exemplo 1

Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se a seguinte dosagem: 5 gotas para cada 2 k do “peso” da criança. Qual a dosagem correta para uma criança com 12 kg?


5 gotas
2 kg
=
x
12 kg

2x = 5 • 12
2x = 60
x = 30 gotas

Exemplo 2

Num concurso público, constatou-se que a razão entre o número de homens e o de mulheres era 3/5. Se o total de inscritos era 1600 pessoas, determine:

a) o número de mulheres que fizeram o concurso.
b) a razão entre o número de aprovados e o número total de inscritos, sabendo que 5/12 dos homens foram aprovados e 17/25 das mulheres não conseguiram aprovação.


Vamos determinar, inicialmente, que x representará o número de homens e y o de mulheres.

a)

3
5
=
x
y

Logo, 3y = 5x

x =
3y
5

x + y representa o total de inscritos.

x + y = 1600

3y
5
+ y = 1600
3y + 5y
5
= 1600

y = 1000. Logo, 1000 mulheres fizeram o concurso.

b)

O total de inscritos foi de 1600. Logo, 1000 + x = 1600 ⇒ 600 homens fizeram o concurso.
O problema informou que 5/12 dos homens foram aprovados.

5
12
600 = 250 aprovados

O problema informou também que 17/25 das mulheres foram reprovadas.

17
25
1000 = 680 reprovadas

1000 – 680(reprovadas) = 320 (aprovadas)

Visto que o problema pede a razão entre o número de aprovados e o número total de inscritos, temos:

250 (homens) + 320 (mulheres)
1600
=
570
1600

A resposta é:

57
160

Transformações

Vamos realizar algumas manipulações nos termos de uma proporção com a finalidade de descobrir algo novo. Tomemos, como exemplo, a proporção abaixo.

3
4
=
15
20

Realizando a multiplicação cruzada, temos: 3 • 20 = 4 • 15 → 60 = 60.
Ao fazer as manipulações com os termos da proporção, tome cuidado para que a igualdade dos produtos dos extremos e dos meios seja mantida.

• Alternando os extremos:

20
4
=
15
3
⇒ 20 • 3 = 4 • 15

• Alternando os meios:

3
15
=
4
20
⇒ 3 • 20 = 15 • 4

• Invertendo os termos:

4
3
=
20
15
⇒ 4 • 15 = 3 • 20

• Transpondo as razões:

15
20
=
3
4
⇒ 15 • 4 = 20 • 3