Livro de Matemática

Sumário

Operações sobre mercadorias

Vamos iniciar nessa parte o estudo de operações de compra e venda de mercadorias, isto é, vamos aprender a fazer cálculos de lucro ou prejuízo sobre os preços de custo e de venda de mercadorias. Mas, o que é lucro? E o que é prejuízo?

O lucro está relacionado ao ganho ou ganhar algo. Já o prejuízo está relacionado à perda. Todo aquele que fabrica ou revende determinado produto tem um custo, seja para produzí-lo ou comprá-lo. Quando o preço de venda é superior ao preço de custo ocorre um lucro, caso contrário ocorre um prejuízo. O ideal é ter lucro em todo tipo de transação financeira.

Vendas com lucro

A venda de mercadorias pode oferecer um lucro e este pode ser sobre o preço de custo ou sobre o preço de venda.

Sobre o preço de custo

Exemplo 1

Um quadro, cujo preço de custo era R$800,00, foi vendido por R$980,00. Qual o percentual de lucro sobre o preço de custo?


Neste tipo de problema existem alguns termos que devemos observar. São eles:

V = Preço de venda
C = Preço de custo
L = Lucro
i = Taxa unitária do lucro

Sabemos que o preço de venda = preço de custo + lucro. Logo,
V = C + L
980 = 800 + L
L = 180
O lucro foi de R$ 180,00.

O percentual de lucro sobre o preço de custo pode ser calculado assim:

180
800
= 0,225 ou 22,5%

Portanto, o percentual de lucro sobre o preço de custo foi de 22,5%.

Outra maneira de calcular seria através da fórmula completa.

V = C + L
V = C + i • C
V = C(1 + i)

980 = 800(1 + i)

(1 + i) =
980
800

(1 + i) = 1,225
i = 0,225 ou 22,5%

Exemplo 2

Um comerciante comprou 10 sacas de batatas por R$210,00. Por quanto deve vender cada saca para obter um lucro total de 15% sobre o custo?


Vamos anotar os dados do problema.

preço de compra = R$210,00
C = 210
taxa de lucro total sobre o preço de custo = 15%
i = 0,15

O que o problema está pedindo é: por quanto deve ser vendida cada saca de batata.

V = C(1 + i)
V = 210(1 + 0,15)
V = 241,50

Vendendo todas as sacas obteve-se um valor de R$ 241,50. Como são 10 sacas, o preço de venda de cada saca foi de 241,5 ÷ 10 = 24,15. Logo, para se obter o lucro total desejado cada saca dever ser vendida por R$24,15.

Sobre o preço de venda

Exemplo 1

Certa mercadoria foi comprada por R$860,00. Por quanto deve ser vendida para dar um lucro de 20% sobre o preço de venda?


Este problema é um pouco diferente dos anteriores. Vamos anotar os dados.

V = Preço de venda
C = Preço de custo
L = Lucro
i = Taxa unitária do lucro

Veja que agora a taxa de lucro é sobre o preço de venda, portanto L = i • V.

V = C + L
V = C + i • V
V – i • V = C
C = V(1 – i)

860 = V(1 – 0,2)

V =
860
0,8

V = 1.075
Logo, a mercadoria deverá ser vendida por R$ 1.075,00.

Veja abaixo as fórmulas do preço de venda com a taxa de lucro sobre o preço de custo e sobre o preço de venda.

Venda com lucro sobre o preço de custo

V = C(1 + i)

Venda com lucro sobre o preço de venda

V =
C
1 – i

Do exemplo anterior, se o percentual fosse sobre o preço de custo quanto seria o preço de venda?

V = C(1 + i)
V = 860(1 + 0,2)
V = 1.032,00

O preço de venda seria de R$ 1.032,00. Note que, o preço de venda quando a taxa de lucro incide sobre o preço de venda é muito maior e mais vantajoso.

Vendas com prejuízo

Da mesma forma que ocorre com o lucro, um produto pode ser vendido com prejuízo sobre o preço de custo ou sobre o preço de venda.

Sobre o preço de custo

Exemplo 1

Por R$ 750,00 vendi meu computador, tendo 25% de prejuízo sobre o preço original. Por quanto comprei o computador?


No caso de uma venda com prejuízo temos:

preço de venda = preço de custo – prejuízo

V = preço de venda
C = preço de custo
i = taxa unitário do prejuízo

Então:

V = C – P
V = C – i • C
V = C(1 – i)

750 = C(1 – 0,25)

C =
750
1 – 0,25

C = 1000

Portanto, comprei o computador por R$ 1.000,00.

Exemplo 2

Uma pessoa adquiriu um relógio por R$125,00 e só conseguiu vendê-lo com um prejuízo de 8% sobre o custo. Por quanto ela vendeu o relógio?


Dados do problema:

Preço de custo = R$125,00
taxa unitário do prejuízo = 0,08
Preço de venda = ?

Sabemos que V = C(1 – i)

V = 125(1 – 0,08)
V = 115

Portanto, o relógio foi vendido por R$115,00.

Sobre o preço de venda

Exemplo 1

Uma casa que custa R$96.000,00 foi vendida com um prejuízo de 20% sobre o preço de venda. Calcule o preço de venda.


Dados do problema:

Preço de custo = R$96.000,00
Taxa unitária do prejuízo = 0,20
Preço de venda = ?

V = C – P
V = C – i • V
V + i • V = C
C = V(1 + i)

V =
C
1 + i

Portanto:

V =
96.000
1 + 0,2

V = 80.000

Logo, a casa foi vendida por R$ 80.000,00.

Exemplo 2

Um terreno foi vendido por R$ 50.600,00, dando um prejuízo de 8% sobre o preço de venda. Quanto havia custado o terreno?


Dados do problema:

Preço de venda = R$ 50.600,00
Taxa unitária do prejuízo = 8%
Preço de custo = ?

V =
C
1 + i

 

50.600 =
C
1 + 0,08

C = 50.600 • 1,08
C = 54.648

Portanto, o terreno custou R$ 54.648,00.

Acréscimos e abatimentos sucessivos

Vamos aprender a calcular os acréscimos e abatimentos sucessivos sobre o valor de uma mercadoria ou importância resultante de um negócio efetuado.

Exemplo 1

A cada ano que passa, o valor de um carro usado diminui 15% em relação ao seu preço original. Se um carro zero quilômetro custa R$ 12.000,00, qual será seu valor daqui 2 anos?


Hoje:
O valor do carro hoje é R$ 12.000,00

Após 1 ano:
Depois de 1 ano o valor do carro já não será o mesmo, visto que incidirá sobre ele um abatimento de 15%.

12.000 – 12.000 • 0,15 = 12.000 – 1.800 = 10.200
Após 1 ano o carro estará custando R$ 10.200,00.

Após 2 anos:
Depois de 2 anos incidirá também uma taxa de 15% sobre o último valor do carro.

10.200 – 10.200 • 0,15 = 10.200 – 1.530 = 8.670
Após 2 anos o carro estará custando R$ 8.670,00.

Outra maneira de resolver a questão seria chamar de x o valor do carro.

Hoje o valor do carro é x.
Após 1 ano o valor do carro será:

x – 0,15x = x(1- 0,15) = 0,85x

Após 2 anos o valor do carro será:

0,85x – 0,85x • 0,15 = 0,85x(1 – 0,15) = (0,85)²x

Substituindo 12.000 no lugar de x temos:

(0,85)²x
(0,85)²12.000 = 8.670

Exemplo 2

Uma firma distribuidora oferece, sobre o valor de uma fatura, os descontos sucessivos de 10%, 4% e 5%. Sabendo que o valor da fatura é de R$ 48.000,0, qual o valor líquido desta?


Dados do problema:

Valor da fatura = R$ 48.000,00
i1 = 10%
i2 = 4%
i3 = 5%
Valor líquido = ?

Valor da fatura após o 1º desconto:

48.000 – 48.000 • 0,10 = 48.000 – 4.800 = 43.200

Valor da fatura após o 2º desconto:

43.200 – 43.200 • 0,04 = 43.200 – 1.728 = 41.472

Valor da fatura após o 3º desconto:

41.472 – 41.472 • 0,05 = 41.472 – 2.073,60 = 39.398,40

Portanto, o valor líquido da fatura é de: R$ 39.398,40.

O mesmo resultado pode ser obtido usando a fórmula abaixo.

L = P(1 – i1)(1 – i2)(1 – i2)…(1 – in)

L = 48.000(1 – 0,1)(1 – 0,04)(1 – 0,05)
L = 39.398,40

Note que os i1, i2, i3 … in, representam as taxas de abatimentos sucessivos.

Exemplo 3

Sobre um artigo de R$ 2.500,00 incide um imposto federal de 10% e um estadual de 4%. Qual o preço final desse artigo?


Dados do problema:

Valor do artigo = R$ 2.500,00
i1 = 10%
i2 = 4%
Preço final do artigo = ?

Veja que neste exercício não temos abatimentos sucessivos e sim acréscimos sucessivos.

Valor do artigo após o 1º acréscimo:

2.500 + 2.500 • 0,10 = 2.500 + 250 = 2.750

Valor do artigo após o 2º acréscimo:

2.750 + 2.750 • 0,04 = 2.750 + 110 = 2.860

Portanto, o valor do artigo após todos os acréscimos é de R$ 2.860,00.

O mesmo resultado pode ser obtido através da fórmula abaixo:

M = P(1 + i1)(1 + i2)(1 + i2)…(1 + in)

M = 2.500(1 + 0,1)(1 + 0,04)
M = 2.860

Exemplo 4

A população atual de uma cidade é de 50.000 habitantes. Sabendo que essa população cresce a uma taxa de 2% ao ano, qual será a população dessa cidade daqui a três anos?


Quantidade de habitantes após o 1º ano:

50.000 + 50.000 • 0,02 = 50.000 + 1000 = 51.000

Quantidade de habitantes após o 2º ano:

51.000 + 51.000 • 0,02 = 51.000 + 1.020 = 52.020

Quantidade de habitantes após o 3º ano:

52.020 + 52.0200 • 0,02 = 52.020 + 1.040,4 = 53.060,4

Portanto, após 3 anos o número de habitantes desta cidade será de 53.060.

Usando a fórmula seria:

M = P(1 + i1)(1 + i2)(1 + i2)…(1 + in)

M = 50.000(1 + 0,02)(1 + 0,02)(1 + 0,02)
M = 50.000(1 + 0,02)³
M = 53.060,4

Finalmente, temos abaixo a fórmula para os abatimentos sucessivos.

L = P(1 – i1)(1 – i2)(1 – i2)…(1 – in)

Para os acréscimos sucessivos usamos a fórmula abaixo.

M = P(1 + i1)(1 + i2)(1 + i2)…(1 + in)

Note que, nos abatimentos subtraímos as taxas e nos acréscimos as somamos.

Moeda

No início da atividade comercial havia apenas a troca de mercadorias. Assim, um indivíduo A, produtor da mercadoria a e necessitado da mercadoria b, procurava o indivíduo B que a produzia. Se houvesse concordância na troca, tudo bem; porém, as coisas se complicavam quando não havia concordância na troca, pois A teria de procurar um outro indivíduo produtor de b que estivesse disposto a trocá-la por a.

Com o desenvolvimento do comércio entre os indivíduos houve, então, a necessidade de uma terceira mercadoria, de aceitação geral e, principalmente, de fácil transporte e de valor constante para todos os produtores. Essa mercadoria passou a ser o padrão de trocas e de comparação de valores dos demais produtos. Esse padrão tornou-se, assim, a moeda da comunidade.

Surgiu, então, o problema: qual a melhor mercadoria a ser tomada como moeda? Chegou-se a conclusão de que a melhor moeda seria o metal: de fácil transporte, grande durabilidade e que permitia a obtenção de “pedaços” para pagamentos menores.

Com o passar do tempo, a moeda foi sofrendo um processo contínuo de desvalorização: passou de moeda mercadoria para moeda metálica e, finalmente, para um valor simbólico, tornando-se apenas um pedaço de papel.

Nota:
Trecho retirado do livro Matemática Financeira Fácil – Capítulo 7 – pg 71. Autor: Antônio Arnot Crespo. 14ª edição atualizada. Editora Saraiva.

Inflação

Chamamos de inflação a desvalorização do valor da moeda (ou a redução do seu poder aquisitivo). A inflação também pode ser identificada como o aumento generalizado dos preços de produtos e serviços.

Para se ter uma ideia antigamente um pão de sal custava R$ 0,10 centavos, ou seja, com R$ 1,00 você era capaz de comprar 10 pãezinhos. Nos dias de hoje, (2020) você compra 10 pães de sal por R$ 1,00? Claro que não! O que aconteceu? Hoje você precisa de mais dinheiro para comprar o mesmo produto. Portanto, o valor do dinheiro diminuiu.
É notável que a inflação não atinge todas as pessoas da mesma forma. As mais atingidas são aquelas com baixo poder aquisitivo.

Existem dois tipos de inflação: de oferta e de demanda.

Inflação de oferta
Acontece quando os preços de matérias-primas básicas como eletricidade ou gasolina aumentam.

Inflação de demanda
Ocorre quando a demanda por algum produto aumenta. Por exemplo: se muitas pessoas resolvem trocar de carro, pode ser que as indústrias não consigam atender a tantos pedidos. Devido a esta situação (pouco carro no mercado e muita procura por este produto) o resultado será o aumento do preço dos automóveis.

No Brasil, existem dois índices que medem a inflação: o IPCA e o IGPM.

IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)
É considerado o termômetro oficial da inflação no Brasil e de responsabilidade do IBGE. O IPCA é um número que indica a variação de preço de um conjunto de produtos e serviços comuns a toda a população.

IGPM (Índice Geral de Preços de Mercado)
Este índice é medido por uma entidade de mercado – FGV (Fundação Getúlio Vargas). O IGPM é o resultado de um conjunto de outros índices: IPA (Índice de Preços ao Atacado), IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e INCC (Índice Nacional do Custo da Construção). Podemos dizer que 60% do IGPM é representado pelo IPA, 30% é representado pelo IPC e 10% é representado pelo INCC.

Juros simples

Conceitos iniciais

Vamos imaginar a seguinte situação: “Caio toma emprestado de André uma importância de R$3.000,00. Após três meses Caio quitou sua dívida pagando a André um total de R$ 3.108,00”.

Analisando a situação anterior podemos retirar alguns conceitos essenciais para o entendimento não só de juros simples como para aplicações financeiras de modo geral. A importância que Caio tomou emprestado é chamada de Capital, já a dívida quitada no final do período recebe o nome de Montante. Note que Caio ficou com o dinheiro por três meses, este é o Período. Caio tomou emprestado R$ 3.000,00 e devolveu R$ 3.108,00. Note que Caio pagou os R$ 3.000,00 que tomou emprestado e além disso pagou R$108,00 a mais. Esse valor adicional recebe o nome Juros. Neste exemplo o valor de R$108,00 funciona como um aluguel pago pelo tempo que Caio ficou com o dinheiro. Do referido problema podemos calcular a taxa de juros da operação.

108
3000
= 0,036 ou 3,6% a.t.

Veja que a taxa de juros está ao trimestre. No exemplo, Caio permaneceu com o dinheiro por três meses. Neste caso dividimos o valor da taxa encontrada por 3 → 0,036 ÷ 3 = 0,012. Portanto, a taxa de juros mensal da aplicação foi de 1,2% a.m.

Para entendermos o conceito de Juros Simples, vamos analisar a situação onde um capital de R$3.000,00 é aplicado por 4 anos, a uma taxa de juros de 12% a.a. Abaixo foi montada uma tabela que apresenta as correções financeiras ano a ano.

Período Capital Juros Montante
0 3.000,00 3.000,00
1 3.000,00 360,00 3.360,00
2 3.000,00 360,00 3.720,00
3 3.000,00 360,00 4.080,00
4 3.000,00 360,00 4.440,00

Note duas coisas importantes que permanecem fixas na tabela acima. Tanto o capital quanto o valor dos juros não muda. Permanecem fixos durante todo o período da operação. No regime de capitalização de Juros Simples os juros são calculados sempre sobre o capital inicial, que neste caso vale R$ 3.000,00.

As situações problema envolvendo Juros Simples podem ser modeladas através da fórmula:

J = C • i • n

Sendo:
J = Juros
C = Capital
i = Taxa de juro
n = O tempo de aplicação

Resolvendo o problema anterior usando a fórmula ficaria assim:

J = C • i • n
J = 3.000 • 0,12 • 4
J = 1.440

Portanto, após 4 anos o capital aplicado gerou R$1.440,00 de juros. É equivalente a soma dos valores da coluna Juros na tabela acima ou 4 x 360. Ao final dos 4 anos o aplicador retirou a importância de R$ 4.440,00. Este valor é o resultado da soma (3.000 + 1.440), ou seja, (capital + juros).

Logo, temos que:

M = C + J

Sendo:
M = Montante
C = Capital
J = Juros

Da fórmula dos Juros Simples obtemos que J = C • i • n. Portanto, podemos escrever:

M = C + C • i • n

Colocando C em evidência vem:

M = C(1 + i•n)

 

Exemplo 1

Qual o rendimento de uma aplicação de R$ 50.000,00 durante 3 anos à taxa de 6% a.t.?


Vamos anotar os dados do problema.

J = ?
C = 50.000
i = 6% a.t.
n = 3 anos

Note que a taxa i e o período n estão em unidades diferentes. Quando formos realizar os cálculos a taxa e o período deverão estar na mesma unidade.

1 ano possui 4 trimestres, logo 3 anos possui 12 trimestres.

Aplicando a fórmula, vem:

J = C • i • n
J = 50.000 • 0,06 • 12
J = 36.000

Portanto, o rendimento da aplicação é de R$ 36.000,00.

Exemplo 2

Duas pessoas têm juntas R$ 261.640,00 e empregam o que têm à taxa de 40% ao ano. Após 2 anos, a primeira recebe R$ 69.738,00 de juro a mais que a segunda. Qual o capital de cada uma?


Vamos anotar os dados do problema.

CA = Capital da pessoa A
CB = Capital da pessoa B
CT = Capital Total (CA + CB = R$ 261.640,00)

i = 40% a.a.
n = 2 anos

JT = CT • i • n
JT = 261.640 • 0,4 • 2
JT = 209.312

Do problema obtivemos a informação de que a pessoa A recebeu R$ 69.738,00 de juro a mais que a segunda.

JA + JB = 209.312
(JB + 69.738) + JB = 209.312
2 • JB + 69.738 = 209.312
2 • JB = 139.574
JB = 139.574 ÷ 2
JB = 69.787

Como JA = JB + 69.738

JA = 69.787 + 69.738 = 139.525

Temos então:

JA = 139.525
JB = 69.787

Agora vamos calcular o capital sobre esses juros.

JA = CA • i • n
139.525 = CA • 0,4 • 2
CA = 139.525 ÷ 0,8
CA = 174.406,25

Portanto, o capital investido por A foi de R$ 174.406,25.

JB = CB • i • n
69.787 = CB • 0,4 • 2
CB = 69.787 ÷ 0,8
CB = 87.233,75

Portanto, o capital investido por B foi de R$ 87.233,75.

Somando estes dois capitais 174.406,25 + 87.233,75 chegamos a 261.640.

 

Taxas Proporcionais

Duas taxas são ditas proporcionais quando formam uma proporção com os períodos a elas referidos. Lembre-se de que os períodos deverão estar na mesma unidade.

i1
i2
=
n1
n2

Exemplo 1

Calcule a taxa mensal proporcional a 30% ao ano.


Dados do problema:
i1 = 30% ao ano
i2 = x% ao mês
n1 = (1 ano) 12 meses
n2 = 1 mês

Agora montamos a proporção.

i1
i2
=
n1
n2
30
x
=
12
1

Multiplicando cruzado fica:

12x = 30
x = 30 ÷ 12
x = 2,5

Portanto, 30% a.a. é proporcional a 2,5% a.m.

Exemplo 2

Calcule a taxa anual proporcional a 8% ao trimestre.


Dados do problema:
i1 = 8% ao trimestre
i2 = x% ao ano
n1 = 1 trimestre
n2 = 4 trimestres

Agora montamos a proporção.

i1
i2
=
n1
n2
8
x
=
1
4

Multiplicando cruzado fica:

x = 8 • 4
x = 32

Portanto, 8% a.t. é proporcional a 32% a.a.

Exemplo 3

Calcule a taxa mensal proporcional a 0,08% ao dia.


Dados do problema:
i1 = 0,08% ao dia
i2 = x% ao mês
n1 = 1 dia
n2 = 30 dias

Agora montamos a proporção.

i1
i2
=
n1
n2
0,08
x
=
1
30

Multiplicando cruzado fica:

x = 0,08 • 30
x = 2,4

Portanto, 0,08% a.d. é proporcional a 2,4% a.m.

 

Taxas equivalentes

Para entendermos o conceito de taxas equivalentes vamos ver um exemplo.

Veja o valor de juros produzidos por um capital de R$ 2.000,00:

• aplicado à uma taxa de 4%a.m., durante 6 meses;

J = C • i • n
J = 2.000 • 0,04 • 6
J = 480

• aplicado à uma taxa e 12%a.t., durante 2 trimestres.

J = C • i • n
J = 2.000 • 0,12 • 2
J = 480

Veja que o valor dos juros é o mesmo. Portanto, podemos dizer que duas taxas são equivalentes quando, aplicadas a um mesmo capital, durante um mesmo período, produzem o mesmo juro.
Logo, podemos dizer que 4% a.m. é equivalente a 12% a.t.

No regime de juros simples duas taxas equivalentes são proporcionais.

Juros simples exatos

Nessa modalidade o juro é calculado levando-se em conta os seguintes critérios:
• O prazo é contato em dias;
• O mês = número real de dias conforme o calendário;
• O ano civil possui 365 dias ou 366 quando for bissexto.

Como obter o número exato de dias entre duas datas?

1° – podemos contar diretamente num calendário.

2° – podemos considerar o número exato de dias de cada mês.

31 dias: janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e dezembro.
30 dias: abril, junho, setembro, novembro.
28 ou 29 dias: fevereiro.

Quantos dias há entre 15/06/2020 a 21/08/2020?

Vamos dividir esta tarefa em etapas:

15/06/2020 a 15/07/2020 → 30 dias
15/07/2020 a 15/08/2020 → 31 dias
15/08/2020 a 21/08/2020 → 6 dias

Logo:

15 de junho a 21 de agosto: 30 + 31 + 6 = 67 dias

3º – pelo uso da tabela para contagem de dias (acesse aqui).

Quantos dias há entre 15/06/2020 a 21/08/2020?

Primeiro localizamos a interseção entre a linha 21 e a coluna agosto. Anotamos o número encontrado (233).
Segundo localizamos a interseção entre a linha 15 e a coluna junho. Anotamos o número encontrado (166).

Agora subtraimos: 233 – 166 = 67 dias

Exemplo 1

Um empréstimo de R$ 8.500,00 foi realizado em 20/07 e pago em 25/11 do mesmo ano. Sabendo que a taxa foi de 45% ao ano, qual o juro total a ser pago?


Dados do problema:

Capital: 8.500,00
Taxa: 45%(0,45) a.a.
Período: 20/07 a 25/11 (329 – 201 = 128 dias)
Consulta realizada na tabela de contagem de dias.

Note que o período está em dias e a taxa em ano. Devemos ter ambos na mesma unidade. Vamos obter a taxa ao dia.

0,45
x
=
360
1

Logo, a taxa será 0,45 ÷ 360 = 0,00125.

Aplicando a fórmula dos juros simples, vem:

J = C • i • n
J = 8.500 • 0,00125 • 128
J = 1.360,00

Portanto, o juro a ser pago é de R$ 1.360,00.

Exemplo 2

Encontre os juros simples auferidos em uma aplicação de R$ 15.000,00 a uma taxa de 16% a.a., de 20 de abril de 2003 a 1º de julho de 2003.


Dados do problema:

Capital: 15.000,00
Taxa: 16%(0,16) a.a.
Período: 20/03 a 01/07 (182 – 110 = 72 dias)
Consulta realizada na tabela de contagem de dias.

Novamente percebemos que a taxa está em ano e o período em dias. Devemos ter ambas na mesma unidade.

0,16
x
=
365
1

A taxa diária será 0,16 ÷ 365. Este valor é um pouco grande e será omitido aqui.

Aplicando a fórmula dos juros simples, vem:

J = C • i • n
J = 15.000 • (0,16 ÷ 365) • 72
J = 473,42

Portanto, o juro auferido é de R$ 473,42.

Observação:

Note que no exemplo anterior a taxa foi dividida por 360, já neste, a taxa foi dividida por 365. Quando a taxa for dividida por 360 o valor do juro encontrado sempre será maior (máximo).

J = 15.000 • (0,16 ÷ 360) • 72
J = 480

Veja que o juro encontrado foi bem maior.

Exemplo 3

A que taxa mensal deve estar aplicada a quantia de R$ 66.000,00 para que, em 3 meses e 10 dias, renda um juro de R$ 11.000,00?


Dados do problema:

Capital: 66.000,00
Taxa: x% a.m.
Período: 3 meses e 10 dias
Juro: 11.000,00

O problema pede a taxa mensal. Temos o período fracionário. Devemos tornar todo o período como mensal.

3 meses inteiros + (10 dias ÷ 30 dias)

3 +
10
30
3 +
1
3
meses

Pronto, agora é só aplicar a fórmula dos juros simples.

J = C • i • n
11.000 = 66.000 • i • (3 + 1/3)
11 = 66i(3 + 1/3)
11 = 198i + 22i
11 = 220i
i = 0,05

Portanto, a taxa é de 5% a.m.

Juros simples comercial

Esta modalidade é bastante simples. Aqui consideramos o mês com 30 dias e o ano civil com 360 dias. Simples assim.

Exemplo 1

Qual o juro simples comercial de uma aplicação de R$66.000,00 durante 1 ano e 2 meses à taxa de 2,2% a.m.?


Dados do problema:

Capital: 66.000,00
Taxa: 2,2% a.m.
Período: 1 ano e 2 meses
Juro: ?

J = C • i • n
J = 66.000 • 0,022 • 14
J = 20.328

Logo, o valor do juro procurado é R$ 20.328,00.

Exemplo 2

Qual o valor do capital que aplicado durante 1 ano e 3 meses à taxa de 3%a.m., rendeu R$900,00?


Dados do problema:

Capital: ?
Taxa: 3% a.m.
Período: 1 ano e 3 meses
Juro: 900,00

J = C • i • n
900 = C • 0,03 • 15
C = 900 ÷ 0,45
C = 2000

Portanto, o valor do capital é R$ 2.000,00.

Exemplo 3

Sabendo que um capital foi duplicado em 8 anos a juro simples, a que taxa foi empregado esse capital?


Vamos simular a aplicação através da tabela abaixo:

n C i J M
1 C i 0 C
2 C i J C + J
8 C i J 2C

No início da aplicação não incorrem juros, portanto o montante é igual ao capital. Após 1 ano já passam a incorrer juros e o montante no final de 1 ano de aplicação é igual ao capital adicionado aos juros (M = C + J). No final da aplicação, ou seja, 8 anos depois o capital foi duplicado (2C).

M = C + J
2C = C + (C • i • n)
2C = C(1 + i • n)

Note que temos a variável C em ambos os lado da equação e podemos eliminá-la.

2 = (1 + i • n)
2 – 1 = i • n
1 = i • n
1 = i • 8
i = 1 ÷ 8 → 0,125 ou 12,5%a.a.

Portanto, o capital foi empregado a uma taxa de 12,5% a.a.

Desconto simples

Imagine a seguinte situação:
Rogério possui uma dívida de valor N a ser quitada daqui n meses. No entanto, um mês antes do vencimento,
ele decide quitar a dívida. No ato do pagamento Rogério pagará um valor inferior a N, um valor V. Por efetuar o
pagamento da dívida antes e seu vencimento, o devedor se beneficia de um abatimento correspondente ao juro que seria
gerado por esse dinheiro durante o intervalo de tempo que falta para o vencimento.
Esse benefício recebe o nome de Desconto.

Acompanhe o significados das letras na situação-problema acima:

N: Valor nominal ou valor de face (valor da dívida na data de vencimento)
V: Valor atual (valor líquido pago ou recebido antes do vencimento)
n: período entre o dia em que se negocia a dívida e o de seu vencimento
i: apesar de não informada na situação-problema as operações de desconto ocorrem com base numa taxa de desconto

Vimos anteriormente que um determinado capital C aplicado por determinado tempo a uma taxa de juros específica
produzirá um montante M. Note que se um capital C for aplicado “hoje” a uma determinada taxa quanto terei de
montante no futuro? Realizar o processo inverso é obter o desconto. Quanto pagarei hoje ao descontar um título (dívida)
que vencerá daqui n períodos?

De acordo com Antônio Arnot Crespo – Matemática financeira fácil (2009, p.103):
Com relação aos títulos de crédito pode ocorrer:
• que o devedor efetue o pagamento antes do dia predeterminado.(…)
• que o credor necessite do seu dinheiro antes da data predeterminada. Neste caso, ele pode vender o título de crédito a
um terceiro e é justo que este último obtenha um lucro, correspondente ao juro do capital que adianta, no intervalo de
tempo que falta para o devedor liquidar o pagamento; assim ele paga uma quantia menor que a fixada no título de crédito.

Desconto simples comercial, bancário ou por fora

O desconto simples por fora é calculado sobre o valor nominal do título, ou seja, o valor futuro.

Desconto é igual ao valor nominal multiplicado pela taxa de desconto que é multiplicada pelo
período que falta para o vencimento do título.

O valor atual é igual ao valor nominal menos o desconto.

Esta é só um extensão da fórmula anterior.

Exemplos

1) Um título de crédito com valor nominal de R$ 15.000,00 será descontada 4 meses antes de
seu vencimento, à taxa de desconto comercial simples de 60% a.a. Determine:

a) O valor do desconto
b) O valor descontado do título


Dados do problema:

N = R$ 15.000,00
n = 4 meses → 4/12 ano
i = 60% a.a.
d = ?
A = ?

a) o valor do desconto:

d = N * i * n
d = 15000 * 0,6 * 4/12
d = 3000

Portanto, o desconto será de R$ 3.000,00.

b) o valor descontado:

A = N – d
A = 15000 – 3000 = 12000

Portanto, o valor que o proprietário do título receberá será de R$ 12.000,00.

2) Uma nota promissória com valor nominal de R$ 20.000,00 foi descontada 5 meses antes do
vencimento. Sabendo-se que o valor descontado foi de R$ 16.000,00, determine a taxa de desconto bancário
simples adotada na operação.


Dados do problema:

N = R$ 20.000,00
n = 5 meses
A = R$ 16.000,00
i = ?

A = N(1 – in)
16000 = 20000(1 – i*5)
16000 = 20.000 – 100.000i
-4000 = -100.000i

i =
-4000
-100.000
= 4% a.m.

Logo, a taxa de desconto aplicada na operação foi de 4% a.m.

3) Um título de crédito com valor de resgate igual a R$ 25.000,00 foi descontado à taxa de desconto simples por fora de 8% a.m. Se o valor descontado foi de R$ 18.000,00, determine o tempo que faltava para o vencimento do título.


Dados do problema:

N = R$ 25.000,00
A = 18.000,00
i = 8% a.m.
n = ?

A = N(1 – in)
18000 = 25.000(1 – 0,08n)
18.000 = 25.000 – 2.000n
-7.000 = -2.000n

n =
-7000
-2.000
= 3,5 meses ou 3 meses e 15 dias

Desconto simples racional ou por dentro

O desconto simples por dentro é calculado sobre o valor atual do título, ou seja, o valor resgatado antes do vencimento.

Desconto é igual ao valor atual multiplicado pela taxa de desconto que é multiplicada pelo
período que falta para o vencimento do título.

O valor atual é igual ao valor nominal menos o desconto.

A = N – d
A = N – A * i * n
A + A * i * n = N
A(1 + in) = N

Como d = A * i * n

Esta é só um extensão da fórmula anterior.

Exemplos

1) Um título com valor nominal de R$ 20.000,00 é descontado 6 meses antes de seu vencimento, à taxa de desconto racional simples de 120% a.a. Determine o valor do desconto e o valor descontado do título.


Dados do problema:

N = R$ 20.000,00
n = 6 meses
i = 120% a.a. ou 120 / 12 = 10% a.m.
d = ?
A = ?

A =
N
1 + in
A =
20.000
1 + 0,1 * 6
=
20.000
1,6

A = 12.500

Portanto, o valor descontado do título foi de R$ 12.500,00.

O valor do desconto será d = N – A → d = 20.000 – 12.500 = 7.500.

2) O valor do desconto de uma nota promissória é de R$ 15.000,00. Sabendo-se que foi utilizado o desconto racional simples, à taxa de 8% a.m., 120 dias antes do vencimento do título, determine o seu valor nominal.


Dados do problema:

d = R$ 15.000,00
i = 8% a.m.
n = 120 dias ou 4 meses
N = ?

d =
N * i * n
1 + in
15.000 =
N * 0,08 *4
1 + 0,08 * 4
15.000 =
0,32N
1,32

19.800 = 0,32N
N = 61.875

Logo, o valor nominal do título é de R$ 61.875,00.

3) Um duplicata foi submetida a desconto simples por dentro 5 meses antes de seu vencimento. Sabendo-se que o valor atual corresponde ao triplo do valor do desconto, determine a taxa de desconto aplicada.


Dados do problema:
n = 5 meses
A = 3d
i = ?

d = N – A
d = N – 3d
N = 4d

d =
N * i * n
1 + in
d =
4d * i * n
1 + in

d(1 + in) = 4din
1 + in = 4in
1 = 3in
i = 1/3n
i = 1/15 ou 0,0667

Portanto, a taxa de desconto aplicada foi de aproximadamente 6,67% a.m.

Taxa efetiva de desconto

Para entendermos o que é taxa efetiva de desconto a juros simples veja a situação abaixo:

  1. Antônio possui um título de crédito no valor de $10.000,00 com vencimento para daqui 2 meses.
  2. Antônio decide descontar o título em um banco. Nessa transação foi utilizada uma taxa de desconto comercial simples de 10% a.m.
  3. Nessa transação Antônio receberá $8.000,00.
  4. Do ponto de vista do banco, este fez uma aplicação de $8.000,00 para receber após 2 meses um montante de $10.000,00.
  5. J = c*i*n → 2.000 = 8.000*i*2 → i = 12,5% a.m.
  6. ie = 12,5% a.m. é a taxa efetiva de ganho do banco.

Quando não há despesas envolvidas na operação:

  • No desconto comercial simples, a taxa de desconto efetiva linear sempre será maior do que à taxa de desconto simples.
  • No desconto racional simples, a taxa de desconto efetiva linear será sempre igual à taxa de desconto simples.

Exemplos

1) Um título com valor nominal de $25.000,00 foi descontado 4 meses antes de seu vencimento, à taxa de desconto simples por fora de 5% a.m. Calcular o valor atual do título, o valor atual líquido e a taxa de ganho efetiva linear do banco, sabendo-se que este cobra uma taxa de serviço bancário igual a 1% do valor nominal do título.


Dados do problema:
N = $25.000,00
n = 4 meses
i = 5% a.m.
A = ?
Al = ?
ie = ?
Despesas bancárias: 1% do valor nominal do título

A = N(1 – in)
A = 25.000(1 – 0,05*4)
A = 20.000
Porém o banco cobra uma taxa de 1% sobre o valor nominal do título, portanto o valor que o cliente irá receber será:

Al = 20.000 – 0,01 * 25.000 = 19.750

Para encontrarmos a taxa efetiva de ganho do banco devemos olhar do ponto de vista do banco. Este realizou uma aplicação de $19.750.

J = c * i * n
25.000 – 19.750 = 19.750 * ie * 4
5.250 = 19.750 * ie * 4
ie = 6,65% a.m.

2) Um título com valor nominal de $20.000,00 foi descontado 3 meses antes de seu vencimento, à taxa de desconto bancário simples de 5% a.m. Sabendo-se que o banco cobra, a título de despesas administrativas, o valor fixo de $100,00 para cada título descontado, pergunta-se: qual o valor atual do título, o valor atual líquido e a taxa de desconto efetiva linear?


Dados do problema:

N = $20.000
n = 3 meses
i = 5% a.m.
despesas bancárias: $100 por título descontado
A = ?
Al = ?
ie = ?

A = N(1 – in)
A = 20.000(1 – 0,05*3)
A = 17.000

O valor atual líquido leva em consideração a despesa administrativa cobrada pelo banco.

Al = 17.000 – 100 = 16.900

J = C * i * n
20.000 – 16.900 = 16.900 * ie * 3
3.100 = 50.700*ie
ie = 6,11% a.m.

Juros compostos

Para entendermos o conceito de Juros compostos, vamos analisar a situação onde um capital de R$3.000,00 é aplicado por 4 anos, a uma taxa de juros de 12% a.a.

Após o 1º ano

Quanto rendeu de juro?

J = C • i • n

O valor de n será sempre igual a 1, pois estamos calculando ano a ano. Portanto, podemos considerar a fórmula como J = C • i.

J = 3000 • 0,12 = 360

Qual o valor do montante?

M = C + J
M = 3000 + 360 = 3.360

Após o 2º ano

Quanto rendeu de juro?

Nesse momento o capital não será mais de R$3.000,00, mas o montante de R$ 3.360,00. Esse será meu novo capital.

J = 3.360 • 0,12 = 403,20

Qual o valor do montante?

M = C + J
M = 3.360 + 403,20 = 3.763,20

Após o 3º ano

Quanto rendeu de juro?

Da mesma forma que ocorreu no período anterior o capital neste momento será o montante do período anterior, ou seja, R$ 3.763,20.

J = 3.763,20 • 0,12 = 451,58

Qual o valor do montante?

M = C + J
M = 3.763,20 + 451,58 = 4.214,78

Após o 4º ano

Quanto rendeu de juro?

Obedecendo ao padrão anterior escrevemos:

J = 4.214,78 • 0,12 = 505,77

Qual o valor do montante?

M = C + J
M = 4.214,78 + 505,77 = 4.720,56

Veja o esquema da aplicação representado na tabela abaixo:

Período Capital Juros Montante
0 3.000,00 3.000,00
1 3.000,00 360,00 3.360,00
2 3.360,00 403,20 3.763,20
3 3.763,20 451,58 4.214,78
4 4.214,78 505,77 4.720,56

Perceba que neste regime de capitalização, o juro a partir do segundo período é calculado sobre o montante do período anterior.

Juro composto é aquele em que cada período de aplicação, a partir do segundo, é calculado sobre o montante do período anterior.

Você pôde notar no exemplo anterior que se torna trabalhoso executar todos aqueles passos. Por isso, vamos deduzir uma fórmula com o finalidade de agilizar os cálculos.

1º Período
J1 = C • i
M1 = C + J1 = C + C • i = C(1 + i)

2º Período
J2 = M1 • i =
M2 = M1 + J2 = M1 + M1 • i = M1(1 + i)

Do 1° período temos que M1 = C(1 + i)

M2 = C(1 + i)(1 + i) = C(1 + i)²

3º Período
J3 = M2 • i =
M3 = M2 + J3 = M2 + M2 • i = M2(1 + i)

Do 2° período temos que M2 = C(1 + i)²

M3 = C(1 + i)²(1 + i) = C(1 + i)³

Portanto, ao repetirmos o processo para n períodos temos:

M = C(1 + i)n

Sendo:
M = Montante
C = Capital
i = Taxa de juro
n = O tempo de aplicação

Resolvendo o problema anterior usando a fórmula ficaria assim:

M = C(1 + i)n
M = 3.000(1 + 0,12)4
M = 4.720,56

Com a fórmula deduzida ficou fácil, né?

Observação:

O fator (1 + i)n recebe o nome de fator de capitalização ou fator de acumulação de capital.

Exemplo 1

Calcule o capital que, no prazo de 5 meses, a 3% ao mês, produziu o montante de R$ 4.058,00.


Dados do problema:

Capital: ?
Taxa: 3% a.m.
Período: 5 meses
Montante: 4.058

Aplicando a fórmula temos:

M = C(1 + i)n
4.058 = C(1 + 0,03)5

C =
4.058
(1,03)5
= 3.500

Logo, o capital procurado é de R$3.500,00.

Exemplo 2

A que taxa mensal de juros compostos, um capital de R$12.500,00 pode transformar-se em R$15.373,42, no período de 7 meses?


Dados do problema:

Capital: 12.500
Taxa: x% a.m.
Período: 7 meses
Montante: 15.373,42

Aplicando a fórmula temos:

M = C(1 + i)n
15.373,42 = 12.500(1 + i)7

15.373,42
12.500
= (1 + i)7

(1.2298736)1/7 = 1 + i
i = 1.029999968 – 1
i = 0,029999968 → ≅ 0,03 ou 3% a.m.

Exemplo 3

Em que prazo um empréstimo de R$ 35.000,00 pode ser pago pela quantia de R$47.900,00, se a taxa de juros cobrada for de 4%a.m.?


Dados do problema:

Capital: 35.000
Taxa: 4% a.m.
Período: x meses
Montante: 47.900

Aplicando a fórmula temos:

M = C(1 + i)n
47.900 = 35.000(1 + 0,04)n

47.900
35.000
= (1,04)n

Para encontrarmos o valor de n faremos uso dos logaritmos.

ln(47.900/35.000) = ln(1,04)n
ln(47.900/35.000) = n • ln(1,04)

n =
ln(47.900/35.000)
ln(1,04)
= 8

Portanto, o prazo para o empréstimo ser pago é de 8 meses.

Exemplo 4

Quanto Fabrício deve aplicar hoje, a juros compostos, em uma instituição financeira que paga uma taxa de 1,2% a.m., para pagar uma dívida de R$38.000,00 que vence daqui a 3 meses?


Fabrício possui uma dívida no valor de R$38.000,00 que vence daqui a 3 meses. Visto que, ele não possui este dinheiro ele quer saber quanto deve aplicar agora para daqui 3 meses ter como pagar esta dívida.
Portanto, qual o capital que aplicado a uma taxa de 1,2%a.m. durante 3 meses produz um montante de R$38.000,00? Veja como a situação que acabamos de montar resolve o problema do Fabrício.

Dados do problema:

Capital: C
Taxa: 1,2% a.m.
Período: 3 meses
Montante: 38.000

M = C(1 + i)n
38.000 = C(1 + 0,012)3
38.000 = C(1,012)3
C = 38.000 ÷ (1,012)3
C = 36.664,19

Portanto, Fabrício deverá depositar hoje o valor de R$36.664,19 para daqui 3 meses pagar sua dívida.

Taxas equivalentes

Do regime de Juros simples, vimos que duas taxas são equivalentes quando, aplicadas a um mesmo capital, durante um mesmo período, produzem o mesmo juro. No caso do regime de Juros compostos, duas taxas serão equivalentes quando produzirem o mesmo montante se aplicadas a um mesmo capital, durante um mesmo período.
Vamos deduzir a fórmula abaixo:

M1 = C(1 + i1)n1
M2 = C(1 + i2)n2

Se a taxa i1 for equivalente a i2, então M1 = M2

C(1 + i1)n1 = C(1 + i2)n2
(1 + i1)n1 = (1 + i2)n2
(1 + i1) = (1 + i2)n2/n1
i1 = (1 + i2)n2/n1 – 1

i1 = (1 + i2)n2/n1 – 1
(1 + id)360 = (1 + im)12 = (1 + it)4 = (1 + iq)3 = (1 + is)2 = 1 + ia

Onde:

id = taxa diária
im = taxa mensal
it = taxa trimestral
iq = taxa quadrimestral
is = taxa semestral
ia = taxa anual

Observação:

No regime de Juros compostos, taxas proporcionais não são equivalentes.

Exemplo 1

Qual é a taxa trimestral equivalente a 30% ao ano?


1 + ia = (1 + it)4
1 + 0,3 = (1 + it)4
(1,3)1/4 = 1 + it
it = (1,3)1/4 – 1
it = 0.067789972 → 6,78% a.t.

Exemplo 2

Calcule a taxa quadrimestral equivalente à taxa de juros compostos de 8% ao ano.


1 + ia = (1 + iq)3
1 + 0,08 = (1 + iq)3
(1,08)1/3 = 1 + iq
iq = (1,08)1/3 – 1
iq = 0.025985568 → 2,6% a.q.

Exemplo 3

O capital de R$ 9.200,00 foi colocado em regime de capitalização composta durante 1 ano e 9 meses, à taxa de 36% ao ano. Qual o montante?


Dados do problema:
C = 9.200
i = 36% a.a.
n = 1 ano e 9 meses = 21 meses
M = ?

Note que a taxa está ao ano e o período em meses. Devemos ter ambos na mesma unidade de tempo. Portanto, qual é a taxa mensal equivalente a 36% a.a.?

1 + ia = (1 + im)12
1 + 0,36 = (1 + im)12
(1,36)1/12 = 1 + im
im = (1,36)1/12 – 1
im = 0,025954834 → 2,59% a.m.

Agora aplicamos a fórmula fundamental do montante.

M = C(1 + i)n
M = 9.200(1 + 0,025954834)21
M = 15.757,30

Ao final do período o montante será de R$ 15.757,30.

Taxa nominal e taxa efetiva

A taxa nominal é aquela cujo período de capitalização (quando o juros são incorporados ao principal) não coincide com aquele a que ela se refere.

Veja alguns exemplos:

Taxa nominal de 48% ao ano capitalizada mensalmente.
Juros de 36% ao ano capitalizados semestralmente.
Taxa de 6%a.t. capitalizada mensalmente.

Nos três casos acima, o período da taxa é diferente do período de capitalização. Por exemplo: a taxa de 48%a.a. ao invés de ser capitalizada um só vez por ano, será capitalizada 12 vezes, ou seja, a cada mês os juros serão incorporados ao capital. Da mesma forma, a taxa de 6%a.t. será capitalizada três vezes no período informado e não apenas uma vez após 3 meses.

Por convenção, a taxa por período de capitalização é proporcional à taxa nominal.

Na taxa efetiva o período de capitalização é igual ao período informado pela taxa. E é esta a taxa cobrada nas transações financeiras. Além disso ela é maior do que a taxa nominal. Para melhorar sua compreensão vamos analisar o seguinte cenário:

Uma empresa adquiriu um empréstimo de R$ 30.000,00 a ser quitado em um único pagamento de R$ 38.000,00 daqui um mês. No ato da contratação foi paga uma taxa de serviço de 5% sobre o valor do empréstimo.

Note duas coisas que ficam evidentes: primeiro o valor de R$ 30.000,00 tomado emprestado e, segundo, a taxa de 5% cobrada.

M = C(1 + i)n
38.000 = 30.000(1 + i) → como o período é de um mês, logo n = 1.
(38 ÷ 30) – 1 = i
i = 26,67% a.m. → taxa nominal mensal

Agora note como valor da taxa muda quando acrescentamos a taxa de serviço cobrada pela instituição financeira.

Valor realmente contratado = 30.000 – (0,05 • 30.000) = 28.500

M = C(1 + i)n
38.000 = 28.500(1 + i)
(380 ÷ 285) – 1 = i
i = 33,33% a.m. → taxa efetiva mensal

Portanto, a taxa efetiva é aquela calculada sobre o valor efetivamente aplicado ou tomado emprestado.

Exemplo 1

Qual é o valor de resgate de um capital de R$ 200 aplicado pelos seguintes prazos e taxas:

a) 27 dias a 9% a.m. capitalizados diariamente?

b) 6 meses a 28% a.a. capitalizados mensalmente?


a) 27 dias a 9% a.m. capitalizados diariamente?

Dados do problema:
C = 200
i = 9% a.m./a.d
n = 27 dias
M = ?

Devemos ter taxa i e período n na mesma unidade de tempo. Vamos encontrar o valor da taxa diária.
i = 0,09 ÷ 30 = 0,003 a.d.

M = C(1 + i)n
M = 200(1 + 0,003)27
M = 216,85

b) 6 meses a 28% a.a. capitalizados mensalmente?

Dados do problema:
C = 200
i = 28% a.a./a.m
n = 6 meses
M = ?

Devemos ter taxa i e período n na mesma unidade de tempo. Vamos encontrar o valor da taxa mensal.
i = 0,28 ÷ 12 = 0,0233333… a.m.

M = C(1 + i)n
M = 200(1 + 0,023333…)6
M = 229,69

Convenção exponencial e linear

Imagine a seguinte situação:

Josué investiu R$.2000,00 a juros compostos durante 4 meses e 15 dias a uma taxa de 6% a.m. Qual o montante após este período?

Vamos recolher os dados do problema:

Capital = 2.000
Período = 4 meses e 15 dias
Taxa de juros = 6% a.m.
Montante = ?

Note que o período financeiro não é inteiro. Neste caso admitem-se duas alternativas de cálculo: convenção exponencial e convenção linear.

Convenção exponencial

Nesta modalidade, o montante é calculado a juros compostos durante todo o período (parte inteira + fracionária).

M = C(1 + i)n + p/q

Onde n reprenta a parte inteira do período e p/q a parte fracionária.

Convenção linear

Nesta modalidade, o montante é calculado a juros compostos durante a parte inteira do período e a juros simples durante o período fracionário.

M = C(1 + i)n • (1 + p/qi)

Onde n reprenta a parte inteira do período e p/q a parte fracionária.

Exemplo 1

Josué investiu R$.2000,00 a juros compostos durante 4 meses e 15 dias a uma taxa de 6% a.m. Qual o montante pelas convenções exponencial e linear?


Dados do problema:

Capital = 2.000
Período = 4 meses e 15 dias
Taxa de juros = 6% a.m.
Montante = ?

Pela convenção exponencial

M = C(1 + i)n + p/q
M = 2.000(1 + 0,06)4 + 15/30
M = 2.000(1 + 0,06)4 + 1/2
M = 2.000(1 + 0,06)9/2
M = 2.599,60

Um outra maneira de resolver (não usando as convenções) seria tornar todo o período em dias e transformar a taxa mensal para diária.

Dados do problema:

Capital = 2.000
Período = 4 meses e 15 dias → 120 dias + 15 dias = 135 dias
Taxa de juros = 6% a.m.

→ (1 + id)360 = (1 + im)12
→ (1 + id)360 = (1 + 0,06)12
→ id = (1,06)12/360 – 1
→ id = (1,06)1/30 – 1

Montante = ?

M = C(1 + i)n
M = 2.000(1 + (1,06)1/30)135
M = 2.599,60

Exemplo 2

Qual será o montante de R$ 3.000,00, a juros compostos de 47% a.a., em 4 anos e 3 meses pela convenção exponencial?


Dados do problema:

Capital = 3.000
Período = 4 ano e 3 meses
Taxa de juros = 47% a.a.
Montante = ?

M = C(1 + i)n + p/q
M = 3.000(1 + 0,47)4 + 3/12
M = 3.000(1 + 0,47)4 + 1/4
M = 3.000(1 + 0,47)17/4
M = 15.424,81

Exemplo 3

Para um capital de R$25.000,00, aplicado durante 77 dias a juros de 5% a.m., calcular o montante utilizando as convenções linear e exponencial.


Dados do problema:

Capital = 25.000
Período = 77 dias → 2 meses e 17 dias
Taxa de juros = 5% a.m.
Montante = ?

Pela convenção exponencial
M = C(1 + i)n + p/q
M = 25.000(1 + 0,05)2 + 17/30
M = 25.000(1 + 0,05)77/30
M = 28.335,17

Pela convenção linear
M = C(1 + i)n • (1 + p/qi)
M = 25.000(1 + 0,05)2 • (1 + 17/30(0,05))
M = 28.343,44

Nota:

Perceba que a convenção linear apresenta um retorno maior.

Taxa real e taxa aparente

Vamos analisar o rendimento de um capital C em alguns cenários hipotéticos.

• Com um taxa de inflação nula e uma taxa de juros ir o capital C inicial se transformará, ao final de um período, em : C(1 + ir)

• Com uma taxa de inflação I, o capital C inicial, ao final de um período, equivalerá a: C(1 + I)

• Com uma taxa de juros ir e uma taxa de inflação I, simultaneamente, o capital C inicial equivalerá a: C(1 + ir)(1 + I)

• Com uma taxa aparente i, o capital C inicial se transformará, ao final dde um período, em: C(1 + i)

A taxa aparente é aquela que vigora nas operações correntes e é formada por dois componentes: um correspondente à inflação e outro correspondente ao juro real. Portanto:

C(1 + i) = C(1 + ir)(1 + I)

1 + i = (1 + ir)(1 + I)

Onde:

i = taxa aparente
ir = taxa real
I = taxa de inflação

Descontos

Imagine a seguinte situação:
Rogério possui uma dívida de valor N a ser quitada daqui n meses. No entanto, um mês antes do vencimento, ele decide quitar a dívida. No ato do pagamento Rogério pagará um valor inferior a N, um valor V. Por efetuar o pagamento da dívida antes e seu vencimento, o devedor se beneficia de um abatimento correspondente ao juro que seria gerado por esse dinheiro durante o intervalo de tempo que falta para o vencimento.
Esse benefício recebe o nome de Desconto.

Acompanhe o significados das letras na situação-problema acima:

N: Valor nominal ou valor de face (valor da dívida na data de vencimento)
V: Valor atual (valor líquido pago ou recebido antes do vencimento)
n: período entre o dia em que se negocia a dívida e o de seu vencimento
i: apesar de não informada na situação-problema as operações de desconto ocorrem com base numa taxa de desconto

Vimos anteriormente que um determinado capital C aplicado por determinado tempo a uma taxa de juros específica produzirá um montante M. Note, seu um capital C for aplicado “hoje” a uma determinada taxa quanto terei de montante no futuro? Realizar o processo inverso é obter o desconto. Quanto pagarei hoje ao descontar um título (dívida) que vencerá daqui n períodos?

De acordo com Antônio Arnot Crespo – Matemática financeira fácil (2009, p.103):
Com relação aos títulos de crédito pode ocorrer:
• que o devedor efetue o pagamento antes do dia predeterminado.(…)
• que o credor necessite do seu dinheiro antes da data predeterminada. Neste caso, ele pode vender o título de crédito a um terceiro e é justo que este último obtenha um lucro, correspondente ao juro do capital que adianta, no intervalo de tempo que falta para o devedor liquidar o pagamento; assim ele paga uma quantia menor que a fixada no título de crédito.

Tabela: contagem de dias

Jan Fev Mar Abr Mai Jun
1 32 60 91 121 152
2 33 61 92 122 153
3 34 62 93 123 154
4 35 63 94 124 155
5 36 64 95 125 156
6 37 65 96 126 157
7 38 66 97 127 158
8 39 67 98 128 159
9 40 68 99 129 160
10 41 69 100 130 161
11 42 70 101 131 162
12 43 71 102 132 163
13 44 72 103 133 164
14 45 73 104 134 165
15 46 74 105 135 166
16 47 75 106 136 167
17 48 76 107 137 168
18 49 77 108 138 169
19 50 78 109 139 170
20 51 79 110 140 171
21 52 80 111 141 172
22 53 81 112 142 173
23 54 82 113 143 174
24 55 83 114 144 175
25 56 84 115 145 176
26 57 85 116 146 177
27 58 86 117 147 178
28 59 87 118 148 179
29 88 119 149 180
30 89 120 150 181
31 90 151
Jul Ago Set Out Nov Dez
182 213 244 274 305 335
183 214 245 275 306 336
184 215 246 276 307 337
185 216 247 277 308 338
186 217 248 278 309 339
187 218 249 279 310 340
188 219 250 280 311 341
189 220 251 281 312 342
190 221 252 282 313 343
191 222 253 283 314 344
192 223 254 284 315 345
193 224 255 285 316 346
194 225 256 286 317 347
195 226 257 287 318 348
196 227 258 288 319 349
197 228 259 289 320 350
198 229 260 290 321 351
199 230 261 291 322 352
200 231 262 292 323 353
201 232 263 293 324 354
202 233 264 294 325 355
203 234 265 295 326 356
204 235 266 296 327 357
205 236 267 297 328 358
206 237 268 298 329 359
207 238 269 299 330 360
208 239 270 300 331 361
209 240 271 301 332 362
210 241 272 302 333 363
211 242 273 303 334 364
212 243 304 365

Matrizes

O que você vai estudar:
  1. Definição
  2. Representação genérica
  3. Matrizes especiais
  4. Igualdade de matrizes
  5. Adição e subtração
  6. Multiplicação de um número real por uma matriz
  7. Multiplicação de matrizes
  8. Matriz identidade
  9. Matriz inversa

Definição de matriz

No nosso dia a dia, deparamo-nos, frequentemente com informações numéricas organizadas na forma de tabelas. Seja em revistas, jornais, televisão, seja na internet as tabelas estão sempre presente. Veja como podemos encontrar matrizes no nosso cotidiano.

1° caso: Um fast food de sanduíches naturais vende dois tipos de sanduíches, A e B, utilizando os ingredientes (queijo, atum, salada, rosbife) nas seguintes quantidades (em gramas) por sanduíche.

Sanduíche A Sanduíche B
queijo 18g 10g
salada 26g 33g
rosbife 23g 12g
atum 10g 16g

2º Caso: Foram recolhidos os dados referentes à altura, ao peso e à idade de um grupo de 4 indivíduos e, em seguida, dispostos numa tabela.

Altura (m) Peso (kg) Idade (anos)
Marcos 1,70 70 23
Juliana 1,75 60 45
Antônio 1,60 52 25
Gabriela 1,81 72 30

Representação genérica

São utilizadas letras maiúsculas para representar matrizes genéricas e letras minúsculas correspondentes para os elementos. Para uma matriz A do tipo m x n, um elemento qualquer dessa matriz será representado pelo símbolo aij, no qual o índice i refere-se à linha em que se encontra tal elemento e o índice j refere-se à coluna em que se encontra o elemento. Esta matriz também pode ser escrita através de uma fórmula ou lei de formação A = (aij)m x n. Note que 1£ i £ m e 1 £ j £ n.

A =
a11 a12 a13 a1n
a21 a22 a23 a2n
a31 a32 a33 a3n
am1 am2 am3 amn


Note que m e n Œ N*.
Assim temos:
a11 (lê-se: a um um) elemento localizado na 1ª linha e 1ª coluna.
a32 (lê-se: a três dois) elemento localizado na 3ª linha e 2ª coluna.

Exemplo

Encontre os elementos da matriz A = (aij)3 x 3 em que aij = i2 + j2.
A representação genérica da matriz é:

A =
a11 a12 a13
a21 a22 a23
a31 a32 a33

Usamos a lei de formação para obter os dados da matriz.

aij = i2 + j2 a11 = 12 + 12 = 2
a12 = 12 + 22 = 5
a13 = 12 + 32 = 10
a21 = 22 + 12 = 5
a22 = 22 + 22 = 8
a23 = 22 + 32 = 13
a31 = 32 + 12 = 10
a32 = 32 + 22 = 13
a33 = 32 + 32 = 18

Logo a matriz A = (aij)3 x 3 em que aij = i2 + j2 é representada por:

A =
2 5 10
5 8 13
10 13 18

Matrizes especiais

Algumas matrizes são ditas especiais. Veja abaixo quais são:
Matriz linha: é a matriz formada por uma única linha.
Exemplo: A = (3, 4, 6) é uma matriz linha 1 x 3.
Matriz coluna: é a matriz formada por uma única coluna.
Exemplo:

A =
5
7
9
É uma matriz coluna 3 x 1


Matriz nula: é a matriz cujos elementos são todos iguais a zero.
Exemplo:

A =
0 0 0
0 0 0
É uma matriz nula 2 x 3


Matriz quadrada: é a matriz que possui o número de linhas igual ao número de colunas.
Exemplo:

A =
2 5 10
5 8 13
10 13 18


É uma matriz quadrada 3 x 3. Dizemos que A é quadrada de ordem 3.
Outro ponto interessante que pode ser notado numa matriz quadrada é a diagonal principal. Ela é formada pelos elementos cujo índice da linha é igual ao índice da coluna.

A =
2 5 10
5 8 13
10 13 18


Veja a semelhança com a matriz genérica.

A =
a11 a12 a13
a21 a22 a23
a31 a32 a33


A outra diagonal é chamada diagonal secundária de A.

A =
2 5 10
5 8 13
10 13 18


Matriz Identidade: é a matriz de ordem n em que os elementos da diagonal principal são iguais a 1 e os demais elementos são todos iguais a zero. A matriz identidade é representada por In.
Exemplo:

I2 =
1 0
0 1
É uma matriz identidade de ordem 2

I3 =
1 0 0
0 1 0
0 0 1
É uma matriz identidade de ordem 3

Observação

A matriz identidade é o elemento neutro do produto de matrizes, quando este existir. Assim, qualquer que seja a matriz quadrada A, tem-se A . I = A.

Matriz transposta: é a matriz obtida pela inversão das linhas pelas colunas da matriz original. Se a matriz A é de ordem m x n, a transposta de A (denominamos At) será de ordem n x m.
Exemplo:

A =
2 5 10
5 8 13
É uma matriz de ordem 2 x 3

At =
2 5
5 8
10 13
É uma matriz de ordem 3 x 2


Note que o que é linha na matriz A se torna coluna na matriz At.